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Artigos-->Caso Herzog: a revanche continua -- 21/10/2004 - 11:24 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Enganosa recuperação histórica



Produzido por TERNUMA Regional Brasília



“Em nota de resposta às reportagens que o Correio publica ontem e hoje com arquivos dos tempos da ditadura militar, o Ministério do Exército as classifica como ‘ação pequena’, que tem o intuito de ‘reavivar o revanchismo’. Com todo o respeito, engana-se o Exército. A intenção não é revanchista. É jornalística. O propósito é a recuperação histórica de um dos nossos momentos mais obscuros. O interesse por esses anos só vai parar quando ficar totalmente esclarecido o papel de cada personagem, de cada grupo, de cada instituição naquela época. Por mais que as atitudes de alguns no passado constranjam as instituições de hoje...” (Jornalista Rudolfo Lago, em sua coluna “Nas entrelinhas”, do Correio Braziliense, de 18 de outubro de 2004).



Mais uma vez, o Grupo TERNUMA se vê compelido a replicar artigos afrontosos ao Exército Brasileiro, mesmo que para tal nunca tenha recebido qualquer estímulo de parte dessa Instituição. O Grupo, coerente com seus propósitos programáticos, sempre o fará, de moto próprio, todas as vezes que a mídia, direta ou indiretamente, fizer apologia aos grupos e organizações terroristas que, nos “anos de chumbo”, ensangüentaram o país.



Novamente é o caso do Correio Braziliense, que, em 17 e 18 de outubro de 2004, deu curso à sistemática campanha de deslustre da imagem da Força Armada Terrestre, enfocando a morte do comunista Vladimir Herzog - ocorrida no interior do DOI do então II Exército, em São Paulo/SP, nos idos de outubro de 1975 – e as atividades dos órgãos de inteligência do Exército, já em tempos muito mais recentes. Embora menos deselegantes, graças ao estilo mais profissional do jornalista que assina as matérias, e evitando o burlesco que cercou outros trabalhos afins, as reportagens insistem em meias verdades e em conclusões facciosas e sem nenhuma sustentação em provas documentais ou periciais. A palavra oficial do Exército Brasileiro não tem o menor valor para as “insuspeitas” matérias, o que não ocorre em relação a testemunhos de gente ressentida e de personagens ainda empenhados com o lado vencido da luta armada travada no Brasil e provocada por maus brasileiros, que visavam, tão-somente, a implantar uma ditadura comunista no país.



Estampando em manchete fotografias de um homem nu, sob a legenda sensacionalista “Herzog, humilhação antes do assassinato”, a pantomima sustenta que se tratava de Vladimir Herzog e que o mesmo foi “aviltado pelo Doi-Codi de São Paulo antes de ser morto”. Com que provas o jornal afirma que Herzog foi assassinado pelos militares? Algum exame pericial ou prova material comprova a afirmação e desmoraliza a versão do suicídio? As fotos não mostram o rosto do homem nu. Mesmo que seja verdadeiro o reconhecimento de Herzog pela sua viúva, como o jornalista assevera, trata-se de reconhecer alguém com o rosto encoberto. Outras testemunhas, todas compromissadas com o passado subversivo, deitaram falação, ora sobre a “certeza” de que as dependências aparecidas nas fotos do homem nu eram celas do DOI, ora com a convicção de que o local fazia parte de um sítio usado pelos agentes da repressão para “torturar” e “assassinar”. Nas folhas internas da matéria longa e vazia, o jornalista se trai ao afirmar que “possivelmente, as fotografias foram tiradas na sede do órgão, na rua Tutóia, em São Paulo, ou em um sítio usado para sessões de tortura na periferia da cidade”. Nesse ponto, o articulista foi bisonho, pois que o “possivelmente” encerra dúvida, o que não se coaduna com a certeza em que a matéria se assenta. Ainda sobre o homem nu, não é crível que os militares quisessem humilhar um preso político, fotografando-o com o rosto protegido por suas próprias mãos. Além de bárbaros, os militares que assim o fizessem seriam perfeitos imbecis.



Discernimento parece que não é o forte da equipe de reportagem, nas referências que ela faz a um Relatório Periódico de Informações elaborado pelo II Exército, em setembro de 1975. A equipe distorce uma tabela estatística em que os militares fazem um balanço dos presos políticos que passaram pelo DOI até aquela época. Nada mais natural e coerente que o tivessem feito, pois isso revela controle e responsabilidade com o destino de quem passou por lá.



Se não o fizessem, seriam verdadeiramente criminosos, como foi o PC do B, que, até hoje, desconhece o paradeiro daqueles que a organização mandou para a aventura no Araguaia. Maldosamente, os repórteres tratam o item “mortos” da tabela estatística, como se os três mortos contabilizados até 31 de setembro de 1975 fossem assassinatos cometidos no DOI. Para dar força, exibem a opinião de um dublê de guerrilheiro e suposto delator, que, do alto da sua autoridade moral duvidosa, comenta “eu nunca vi documento do Exército que admitisse a existência de mortes”. A falta de discernimento da equipe está patente no comentário sobre a seção Campo Psicossocial do relatório. Grosseiramente, não se deram conta que psicossocial refere-se aos aspectos sociais da Nação, diferentes dos aspectos políticos, econômicos, militares e científico-tecnológicos que compõem os Campos do Poder Nacional. Incultos, escandalizaram os seus leitores com a afirmação de que Campo Psicossocial “trata-se de um eufemismo para retratar o embate com os movimentos políticos de esquerda”.



Na matéria de 18 de outubro, a equipe desvela-se em acusar o Exército de realizar acompanhamento clandestino e ilegal dos movimentos sociais e partidos políticos de esquerda. Ainda que ocorrida já sob a égide da normalidade democrática, tal atividade encontrava respaldo na ciosa noção de responsabilidade da Força Terrestre para com a sua missão constitucional. Se realizada dentro da lei, nenhum reparo há de ser feito, a não ser o incômodo causado nos eternos revolucionários da esquerda, que se sentem constrangidos por não poderem conspirar contra o Brasil à vontade. O Exército, entretanto, em nota emitida acerca das matérias do Correio Braziliense, assegura, referindo-se aos órgãos de informações e sua atividades: “Nesse novo ambiente de amadurecimento político, a estrutura criada tornou-se obsoleta e desnecessária na atual ordem vigente. Dessa forma, e dentro da atualização doutrinária da Força Terrestre, no Exército Brasileiro não existe nenhuma estrutura que tenha herdado as funções daqueles órgãos”.



Sobre o Cabo ressentido que entregou seus dossiês particulares à Comissão dos Direitos Humanos da Câmara, nenhum comentário será feito pelo TERNUMA, para não dar maior realce a um reles vira-casaca. Acerca da referida Comissão, no entanto, ficou uma grande estranheza. Que negligência é essa da Comissão, que ficou por sete anos detentora dos explosivos dossiês e nada fez? Aliás, não é a primeira vez que a omissão e o descuido ornam as ações dessa entidade. Não é demais lembrar que, desde 23 de abril de 2002, ossadas de seres humanos jazem em alguma gaveta do IML, por não terem mais serventia para a sanha de conhecido procurador de ossos, que via nos restos mortais de gente humilde um instrumento para o delírio de reconhecer neles os desaparecidos políticos do Araguaia...



A quem realmente interessam essas freqüentes matérias do Correio Braziliense? À “recuperação histórica de um momento obscuro”, certamente que não, pois é via de mão única a promover revanchismo. Interessaria ao resgate da verdade se feitas realmente com isenção, abordando as ações das duas partes em conflito. Os crimes da esquerda, para os jornalistas que as produzem, não são hediondos e creditados, velhacamente, ao “patriótico” esforço em “combater a ditadura”.



Por fim, o comprometimento do jornalista signatário das reportagens em questão com o passado parece flagrante, uma vez que, em suas “entrelinhas”, reporta-se à nota do Comando do Exército como manifestação do finado Ministério do Exército. Freud talvez explicasse isso...



Visite o nosso site: www.ternuma.com.br .



***



Conseqüências da enganosa recuperação histórica



Produzido pelo TERNUMA Regional Brasília



Todo o imbróglio das reportagens publicadas pelo Correio Braziliense, acerca das supostas barbaridades contra Vladimir Herzog, ficaria restrito a réplicas de ONG como o TERNUMA e a possíveis tréplicas do jornal, não fosse a agitação que povoou a mídia e a Internet, enfocando a contrariedade do presidente Lula com relação à nota do Comando do Exército. Lula se aborreceu com a tônica da mensagem do Centro de Comunicação Social do Exército, que defendeu as realizações da Contra-revolução de 31 de março de 1964 e negou, enfaticamente, qualquer relação da Força Terrestre com a barbárie objeto das matérias do Correio.



Ex-terroristas e ex-guerrilheiros, hoje no poder, sem perda de tempo, declararam-se ”indignados” porque o texto do Exército chama de subversivos os que lutaram contra a ditadura militar. Cinicamente, encobrem que o seu real objetivo era o de levar o Brasil à ditadura do marxismo-leninismo. Sem nenhum retardo, outras expressões da esquerda falam em cobranças ao Exército e na reabertura de investigações, sob a alegação de que o crime de tortura é imprescritível. O TERNUMA desde algum tempo já alertava para um crescente movimento visando a tornar inválida a Lei da Anistia, no que se refere aos militares.



Um parlamentar petista, considerado dos mais moderados do seu partido, em discurso na Câmara, cobrou do governo “uma ação mais efetiva em relação à tortura ocorrida durante a ditadura militar”. Sobre os seqüestros, assassinatos, roubos e atentados violentos perpetrados pela esquerda revolucionária ninguém se manifesta. Pelo contrário, as comissões de anistia e de direitos humanos só cuidam de promover a farra das indenizações e pensões aos “perseguidos”.



Perigosamente, Lula e os demais promotores da crise parecem não perceber que a sociedade brasileira, historicamente, sempre avalizou os posicionamentos do seu Exército, que, mais do que o presidente, detém os maiores índices de aceitação popular. No episódio da contra-revolução de 1964, o clamor popular levou o Exército e as Forças co-irmãs ao movimento.



A nota em nenhum momento pretendeu justificar desvios pessoais ou excessos cometidos pelas forças legais. Verdadeiramente, se hoje vivenciamos a plenitude do regime democrático - malgrado satânicas maquinações urdidas nos porões do petismo, que visam a restringir liberdades essenciais -, é porque as força legais deram legítima resposta à violência revolucionária dos subversivos hoje mansos e indignados cordeirinhos.



O presidente Lula e o seu pusilânime Ministro da Defesa, para pôr fim à crise e ante a afirmação do Comandante do Exército de que a nota saíra sem sua anuência e durante uma sua viagem ao exterior, resolveram determinar ao Gen Albuquerque a emissão de outra nota, desconsiderando tudo o que a anterior dissera. Assim, ficaria o dito pelo não dito. O Presidente ver-se-ia livre do incômodo de ter um subordinado rebelde no comando do Exército e de ver no Ministério da Defesa um titular atropelado, mais uma vez, pelos acontecimentos. A nova nota, como cabe a um instrumento de pacificação de espíritos, saiu neutra e confortável para todos.



Por ela, a mídia poderia regalar-se, como se o Exército tivesse sido enquadrado pela autoridade de seu Comandante Supremo e sem que o Comandante do Exército tivesse que se desculpar por qualquer impostura. Por entender o Gen Albuquerque que “a forma pela qual esse assunto foi abordado não foi apropriada, e que somente a ausência de uma discussão interna mais profunda sobre o tema pôde fazer com que uma nota do centro de comunicação social do Exército não condizente com o momento histórico atual fosse publicada”, tudo, aparentemente, acaba bem.



Não é este, entretanto, o entendimento do TERNUMA. Consideramos que não houve nenhuma pacificação, pois que as comissões e as ONG do revanchismo encontraram fôlego renovado para muita agitação em torno do assunto e o Exército ficará cada vez mais acuado, até por não poder mais reconhecer que a sua atuação no passado foi legítima. Tudo em nome da ordem democrática e da desnecessária reiteração “ao senhor presidente da República e ao senhor ministro da Defesa da convicção de que o Exército não foge aos seus compromissos de fortalecimento da democracia brasileira”.



O Exército e as demais Forças Armadas restaram mais apequenados do episódio. Principalmente porque os militares não vestem punhos de renda e não são vocacionados para práticas diplomáticas e para tessituras políticas. Por infelicidade, estão sob o arbítrio de um diplomata engajado a um partido político.



Tudo isso nos preocupa, pois a pusilanimidade nunca escreveu e jamais escreverá a História. Quem, no entanto, a escreverá?



Visite o nosso site: www.ternuma.com.br.











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