A televisão não demorou a noticiar a esquisi-
tice.A melancia quadrada,invenção japonesa,
causou sensação.O certo seria chamá-la de cú-
bica,mas como niguém,nem mesmo o pessoal da
redação do telejornal,sabe a diferença entre
um quadrado e um cubo,fica quadrada mesmo.Em
seguida vieram os eternos comentários apoca-
líptcos do tipo "é o fim do mundo".A melancia
cia seria uma daquelas assombrosas experiên-
cias genéticas tão em voga em nossos dias?Te-
ria também semente quadrada?Nada disso.A res-
de algo pra lá de intrigante de tão simples
chega a ser vexatória.Os japas nada mais fi-
zeram do que meter a melancia ainda pequeni-
na num recipiente cúbico e esperar que duran-
durante seu crescimento assumisse esse inu-
sitado formato.Sem agrotóxicos,do que recla-
mariam os naturalistas?Talvez do estresse
excessivo a que fora submetida a encarcerada
e solitária melancia.Mas,ninguém gozando de
saúde mental levaria isso a sério.Um a zero
para los japoneses.
Surge,então,a inevitável pergunta:qual a uti-
lidade de uma melancia quadrada?Essa pergunta
pode ser respondida com uma segunda:qual a
utilidade de uma carteira de cigarros?Nenhu-
ma.Mesmo assim tem gente morrendo de càncer
por nada.Caso reste alguém contra a melancia
japonesa argumentando que uma inutilidade não
justifica outra,os criadores da novidade a-
firmam que ela tem serventia sim.No Japão,um
país que é uma ilha abarrotada de gente,nem
se fala.Uma melancia dessas pode ocupar espa-
ço suficiente para acomodar uma sogra,se bem
,que nesse caso,os japoneses prefiram comprar
aquelas mais arredondadas e volumosas.Com sua
inquestionável facilidade de ser transportada,
empilhada e transportada,a idéia náo demorará
muito tempo para atravessar meio mundo e che-
gar por estas bandas.Para aqueles avessos a
mudanças,paciência.A única coisa que não deve
ser tolerada é a intolerància.Afinal,a Terra
demorou a ficar redonda devido a pessoas de
cabeças muito,muito,quadradas.
