Ólari lari lolé
Siga o vira em português
Que eu dancei tanta vez
E saltei batendo o pé
Com a Maria da Fé
Rosada como maçã
Mas agora com afã
Com a Milene é que danço
E de sambar não me canso...
Ólari lari lolé
Xárivi tatá tatá!
E se às vezes não dá
Por causa dalguns sambistas
Que pretenden dar nas vistas
Com o seu caracacá,
O raio da fada má
Logo vem e me fulmina
A inspirição divina
Deixando triste o Tuninho
Que padece coitadinho
Da corda que desafina.
Logo a Milene confina
Com boa disposição
E como tem coração
Troca o volteio da sina
Mudando ao ar o clima
Com o engenho que tem
Sabendo lograr também
Com garra peculiar
A arte de bem rimar
Tal como é e convém.
Ora pois e muito bem
Senhora de seu papel
Já adoptou o cordel
E está quase a cem por cem
Com o denodo que tem
Quiçá para demonstrar
Que o jeito de versejar
Também pertence à Mulher
Como pertence a qualquer
Que sabe cordelear.
Não se lhe pode negar
O mérito de bem cumprir
Já que deseja fruir
Na Usina o seu lugar
Com alegria e bem estar
E se lhe notam defeito
Como ninguém é perfeito
Qualquer um que é inimigo
Pode amanhã ser amigo
Com o perdão de seu peito.
Por evidência aceito
A sua retratação
Pois deseja a comunhão
Entre a Usina a preceito
Embora nesse pleito
Eu tivesse demonstrado
Que fiquei muito zangado
E deveras confrangido
Pois não sou homem fingido
Nem hipócrita tolerado.
Sou sim à luz de meu fado
Seu amigo de verdade
Que lhe quer e tem vaidade
De estar sempre a seu lado
E se em algo estou errado
Sou homem de boa fé
Respeitando-a tal qual é
Por paixão de alma sã
Xirivi tatá tatá
Ólari lari lolé!