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Poesias-->APÓLOGO -- 04/03/2002 - 06:55 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Perdido na distância do tempo, em lugar já de todo esquecido, vivia um jovem pastor a pastorear ovelhas. Tinha ele, como trabalho específico, de cuidar das ovelhas pequenas, que eram muito travessas. Apesar disso, contanto que elas não fossem pastar em terras de outros donos, cujo alimento lhes faria mal, tudo o mais lhes era permitido pelo pastor.



Um dia, estando o rebanho reunido a comer, várias ovelhinhas, sorrateiramente, foram a lugar proibido, porque, talvez, lhes parecesse mais gordo o pasto. Mas o pastor, atento, descobriu-as, trouxe-as ao rebanho e, com grande dor no coração, castigou-as diante das outras, que ficaram espantadas, porque não sabiam que a falta era grave e que o castigo deveria ser rude. As ovelhinhas, inexpertas ainda do mundo, tomando para si as dores das irmãs e julgando-se injustiçadas, ficaram indignadas com o sucedido e amaldiçoaram o jovem pastor, na crença de que fortaleceriam o rebanho com a defesa das que erraram.



O pastor, por seu turno, na fé de ter agido corretamente, porque, talvez, não conhecesse bem a natureza das pequeninas criaturas, supunha que tivessem aprendido a proceder de maneira certa e digna.



O espaço de uma noite fermentou as idéias. Na manhã seguinte, tendo o pastor se dirigido, como de costume, ao local onde se reuniam as ovelhinhas, encontrou-as arredias e, ao mesmo tempo, furiosas. Uma delas, mais ousada, a que havia insuflado nas outras a idéia de revolta, fez cair do alto de um penhasco uma pedra que atingiu o pastor no rosto, fazendo-o sangrar. O pastor de nada sabia mas o gosto do sangue que lhe escorreu pelos lábios fez com que compreendesse o ódio que, involuntariamente, lhes depositara no coração. De pronto, com a alma cheia de dor, pegou seu cajado para destruir aquilo que ele mais amava e levantou-o sobre as cabeças das indefesas ovelhinhas. Mas não chegou a golpear: não tinha forças para tanto. O máximo que pôde fazer foi perdoar. Mas nunca mais foi perdoado por elas.



29.09.59.





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