Usina de Letras
Usina de Letras
124 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62239 )

Cartas ( 21334)

Contos (13264)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10368)

Erótico (13570)

Frases (50636)

Humor (20031)

Infantil (5436)

Infanto Juvenil (4769)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140810)

Redação (3307)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6194)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Erotico-->EXÍLIO EM CARNES PAGAS -- 15/07/2002 - 14:55 (ALEXANDRE FAGUNDES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
EXÍLIO EM CARNES PAGAS.

Quero me enfiar em você!
Penetrar muito além dos limites do falo.;
Buscar o seu mais profundo caminho.;
Atravessar teu corpo.; vará-lo!
Meter-me nos domínios de tua alma.;
Rasgar tuas carnes já tão largas.

Quero ser mais firme e mais grosso!
Quero ser mais duro e mais largo!
Quero ser mais ávido, mais bruto!
Quero ver você sangrar!
Quero ver teus olhos pingarem sal.
Quero me alimentar de pedaços teus.

Sim, quero me perder!
Quero perder o dia de serviço.;
Quero preocupar minha família.;
Quero ser dado por morto.;
Ser esquecido...
E ficar lá, fincado em você, suando.

Quero rir das buscas ao meu corpo!
Quero saber do velório lá em casa.
Do luto, das juras, das profecias mais loucas.
Quero as homenagens póstumas.; todas elas.
Quero saber quando se conformarem.
E vou estar gozando deles.; e em você.

Quero saber que perdi o emprego.
Quero saber que perdi a esposa.
Quero que meus filhos me esqueçam!
Quero que o mundo sinta alívio...
E eu aqui, lambendo teus pêlos.
Eu ai, sugando teus sais.; gemendo...

Mas isso não é desejo não: É medo!
Não é tesão não: É desespero!
Não é paixão não: É ódio!
Não é virtude alguma: É desesperança...
Pavor dessa vida que eu fiz.;
Pavor das escolhas que eu quis.

Por isso pago mais e não regateio!
Pago para não saber o que você pensa.
Pago para pensar que você me sente.
Pago para crer que você me quer tomar.
Eu, que não tenho nem a mim mesmo,
Pago para ser teu dono.

Pago com o dinheiro do feijão.; perdi a fome.
Pago com o bilhete do ônibus.; não volto mais.
Com os trocados do jogo.; não há mais sorte.
Pago com a alma que me resta.;
Com a calma que me sobra.;
Com as sobras da vida que já vendi.

_____________________________________
SE VOCÊ GOSTOU DESSE POEMA, LEIA "INFERNO EM MIM"
E "ME TOMA, NÊGA", DO AUTOR ALEXANDRE FAGUNDES
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui