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Cronicas-->Reencontro -- 31/10/2001 - 16:43 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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Outubro é mesmo um mês especial para mim. Ele me conclama à doçura e sinto-me como se estivesse plena e totalmente realizada. Mas esse ano foi tão intenso e maravilhoso, que fiquei receosa que a quantidade de emoções fossem apenas sonhos irrefreáveis.
Claro, tudo foi muito maculado pelo episódio terrível de violência extrema que o mundo sofre e não posso sentir aquela efusão que experimentaria em outras épocas. O espectro da guerra, do sofrimento de milhares de pessoas, do autoritarismo, da falta de solidariedade e da ausência de amor atinge o universo inteiro e faz-nos pensar em como deveríamos ser menos egoístas e mais humanos. E me faz pensar que devo começar por mim mesma, tirando de minhas próprias reflexões um conteúdo que me faça pensar, insistentemente, em um dia a dia mais altruísta.
Hoje prepararam-me uma surpresa também peculiar, cujas consequências foram deliciosamente usufruídas. Fui a um churrasco numa fazenda próxima à Brasília e na qual só a paisagem já conduz à tranquilidade e à paz. Divertia-me, aproveitando para aliviar as tensões da semana.O lugar é bucólico, porém estava movimentado e eu aproveitava para observar ao redor e ver as pessoas presentes.
Olhando para muito longe, admirava como é me é habitual, a natureza maravilhosa. Sempre tive a certeza da existência de Deus. E uma das razões é a presença incomensurável da beleza natural de nosso planeta. Meu pensamento estava muito longe, porque isso tudo me fazia desligar do mundo real voando numa incrível velocidade e pulando de um a outro devaneio.
Quando lentamente estava me dirigindo a alguém a meu lado, vi um senhor que me olhava fixamente, e o que me intrigou é que sua aparência me era familiar. Na verdade, muito familiar. E me levava a uma ternura, estranha, por uma pessoa que eu acabara de ver. Alguma coisa sutil, todavia profunda
Lembraria alguém da minha família ou um amigo que eu tivesse amado muito? Pensei intensamente em meu pai, mas seu tipo físico era o oposto. Meu pai era louro e possuía debaixo das lentes dos óculos que usava para contrabalançar uma miopia persistente, os olhos imensos e azuis. Era alto e muito elegante.E o desconhecido tinha os cabelos bem grisalhos, principalmente nas têmporas, era de altura mediana e seus olhos castanhos pareciam transbordantes a um tempo de felicidade e doçura.
E então com emoção suprema, enquanto o homem continuava a me olhar profunda e fixamente, quase demonstrando ansiedade e alegria, pude me recordar de alguém que não via há muito tempo e que costumava dizer que era meu segundo pai. Era um primo de minha mãe que morara na casa de meu avó enquanto se formava em direito e que me vira crescer, a cada minuto. Que acompanhara a minha infància e adolescência, me amara persistentemente, conversando sobre todos os assuntos, entendendo minha alma infantil, reforçando-me a matemática odiada, sorrindo quando me via triste para que eu pudesse estimular-me e compartilhando a minha felicidade.
Não acreditava, não podia ser, não podia ser!
Levantei-me aturdida, enquanto ele sentindo que eu o tinha reconhecido, vinha em minha direção com uma ternura e carinho que eu absorvia, feliz e ilimitadamente emocionada.Os amigos em volta e que tinham preparado a surpresa, estavam em expectativa e as lágrimas abundantes que desciam de seus olhos agora tão relembrados, se refletiam no sorriso que eu conhecera em minha infància e que tantas vezes me confortara e embelezara os primeiros anos de minha vida. E se estendera pela minha conturbada adolescência.
Não sabia o que sentia enquanto nos abraçávamos emocionadamente, e eu esquecia qualquer adversidade que tivesse passado nos últimos tempos. Enquanto ele me envolvia carinhosamente como nos velhos tempos pude ouvir sua voz que tantas vezes quisera escutar em meio a diversos acontecimentos, e só isso já compensava e fazia com que valesse a pena viver.Não discernia as palavras, só o calor de estar abraçando meu segundo pai, que se fora para um lugar distante e por isso eu não o via há longo tempo. Por um instante imenso e inesquecível me senti uma criança e meus pensamentos se misturavam eletrizantes e sonhadores,enquanto eu avaliava as surpresas inolvidáveis da vida.

escritora@vaniadiniz.pro.br
www.vaniadiniz.pro.br

28-10-2001



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