E assim se dissipa as escuridões da alma:
Jogando luz em todo canto, em todo mal
Do coração, meu terreno às vezes seco, às vezes fértil,
Dando espinheiros, dando sândalos campestres,
Flores, frutos saborosos e às vezes muito venenosos,
Que não se mantém no caminho do bem.
Não sou capaz de me limpar e me deter assim.
Quanto mais tiro, mais nasce dentro de mim
Ervas daninhas que vão sufocando-me o jardim.
Quero luz, a luz divina que ilumina todo mal acumulado,
O mal plantado, enraizado, aprofundado no meu ser,
Transbordando do meu cálice o fel das mágoas,
Pra fora tirando, além da ira com causa, a causa da minha ira
Que motiva as dores na minha alma e em outras também.
Quero que as faces ocultas que mascaram a minha própria
Não encontrem espaço para me matar nem pra me proteger.
Quero que a minha face desnuda sobressaia-se pra ver
Sua própria luta contra si mesma, querendo resplandecer.
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