Nestes meus seios bandidos,
risonhos e alegres,
profanos e sofridos,
tantos desejos não consumados,
sonhos esquecidos.
Sei-os muito bem,
de cor e salteado,
na solidão do quarto,
na cama sem lençóis
de teu corpo trancado.
Seios túmidos do teu olhar,
sentinelas de um coração ansioso,
pétalas delicadas a exalar
o sabor de um querer cioso.
Sei-os bem, tão bem, ah,
sim, sei-os com afinco,
tanto, que ensinei-os a jorrar
lágrimas de leite pelos bicos.
Lílian Maial |