Nem defini-la nem achá-la, a ela,
A Beleza. No mundo não existe.
Ai de quem com a alma inda mais triste
Nos seres transitórios quer colhê-la.
Acanha-se a alma porque não conquiste
Mais que o banal de cada cousa bela
Ou saiba que ao ardor de querer havê-la –
À Perfeição –só a desgraça assiste.
Só quem da vida bebeu todo o vinho,
Dum trago ou não, mas sendo até o fundo,
Sabe (mas sem remédio) o bom caminho:
Conhece o tédio extremo da desgraça
Que olha estupidamente o nauseabundo
Cristal inútil da vazia taça.