Este cordel é uma réplica “lúdica” ao cordel
“O Canto da Rainha”, de Domingos Companheiro
Entre os ramos eu bem vi
Um menestrel a passar
Armado de uma viola
E calça-jeans sem passar
Que corria feito gato
Diante do cão de fato
Pra não ser o seu jantar...
Ele corria assustado
E com tanta agilidade
Que me empinei na mangueira
Cheia de curiosidade
Mais adiante percebi
Olhando o cabra dali
Grata e eterna verdade...
Corria atrás da folia
Que se ouvia em toda parte
Era o povo do cordel
Exalando sua arte
E eu olhando afiada
Estava desconfiada
De uma confusão no parque...
Música de todo tipo
Era som pra todo lado
Burburinho de guitarra
Chega um cara arreliado
Era o homem da minuta
Levantando sua batuta
Deixou o povo pasmado!
Tava de barriga cheia
Pois comeu que nem abade
E se esqueceu do raclame
Não falava por vontade
Agarrou-se na miragem
Do deserto em viagem
E deu o maior vexame!
E trocava o Valdomiro
Chefe lá de nossa usina
Por um tal de Fidel Castro
Que era ave de rapina
Depois um tal de FHC
Ou Brizola... Sei lá o quê!
Tinha o Bush da faxina...
Viu Sharon e Arafat
Fazer dupla sertaneja
Sadam fazendo churrasco
E o Macedo na cerveja
Viu Lula, Ciro e o Garoto
Naquele forró maroto
E o Beira-mar com inveja...
Agora daqui prá frente
Domingos fica danado
Vai só comer canjiquinha
Refogada com guisado
Já pensou se ele fraqueja
Prá urna leva a cerveja
E aperta o botão errado?