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Artigos-->Vale a Pena Ler de Novo -- 13/09/2004 - 10:26 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Da jornalista Mirim Leitão.



“É bom lembrar



O líder máximo da oposição discursa diante de manifestantes reunidos em frente ao Congresso: "O presidente não tem grandeza, é arrogante e prepotente." Mais adiante, ele se refere ao governo como "o presidente e sua corja". Para ser mais preciso, denuncia: há uma "quadrilha" no governo. Ele e todos os integrantes da oposição gritam a palavra de ordem intimando o presidente a deixar o cargo.

Era agosto de 99 e o presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, comandava as manifestações pelo "Fora FHC". Denúncias - até hoje não comprovadas - vinham sendo repetid as desde o ano anterior contra o então presidente. Numa delas, em 98, Lula disse que o dinheiro da privatização da Telebrás seria usado para fazer caixa dois para a campanha da reeleição. Fernando Henrique decidiu, então, processar Lula e ele reagiu dizendo que o presidente era "arrogante" por querer processá-lo.





Numa palestra na Universidade de Oxford, Lula se colocava como opção política para 2000, certo de que haveria interrupção do mandato dado ao então presidente:



- O presidente Fernando Henrique hoje não tem autoridade moral para fazer nada pelo país. Ele é mero chefe de serviço da crise e refém do capital especulativo - disse Lula.



O atual presidente e seus assessores fariam bem ao país se lessem o que disseram, como se comportaram e o que propuseram nos anos anteriores a chegar ao poder. Aprenderiam sobre quem iniciou o "denuncismo" ou as declarações que fustigavam a auto-estima do povo brasileiro.



- O Brasil virou um país de tramb iqueiros - disse Marco Aurélio Garcia nesse mesmo evento na Universidade de Oxford.



Em maio de 99, quando surgiram as fitas do BNDES, o agora presidente Lula dizia o seguinte: "Todo dia tem uma pessoa ligada ao presidente envolvida em uma falcatrua."



- O presidente perdeu efetivamente o sentido de responsabilidade. Parece-me que ele não tem nenhum controle. Não sei se emocionalmente está apto a continuar no cargo - afirmou Lula.



O então presidente executivo do PT, José Dirceu, pedia a abertura de um processo de impeachment de Fernando Henrique:



- Ele não tem condições éticas, não tem credibilidade, nem legitimidade.



O "Fora FHC" nasceu do cálculo equivocado do PT de que a queda da popularidade de Fernando Henrique, após a desvalorização cambial, levaria o país a derrubá-lo. Naquele momento, eles elevaram o tom das críticas, fizeram todo o tipo de denúncias, usaram fiéis aliados dentro do Ministério Público, divulgaram investigações inc onclusas. Hoje, no poder, diante de críticas bem mais amenas, o governo quer controlar os jornalistas, censurar a televisão, constranger funcionários públicos e tentou até cercear o acesso dos parlamentares às informações fiscais.



Ao falar na televisão no programa partidário em 99, Lula disse que estava entrando com um pedido de apuração contra FH por crime de responsabilidade. Mais adiante elevou o tom:



- Faltam ao presidente autoridade, comando, coordenação política e coragem. Está ficando visível para a sociedade a falta de iniciativa de Fernando Henrique. Ele não tem coragem de brigar com ninguém - fustigou Lula.



O exercício de olhar para trás pode ser muito saudável ao PT para completar o processo de amadurecimento que o partido já iniciou ao chegar ao poder. Lembrando o que disseram, verificariam que a proposta econômica que faziam naquela época era inexequível:



- Fernando Henrique deve compreender que seu modelo econômico faliu. É preci so centralizar o câmbio e reduzir a taxa de juros - sugeriu Lula.



João Pedro Stédile, no mesmo palanque, condicionou a permanência do presidente no poder a cinco medidas: romper com o FMI, decretar moratória da dívida interna, confiscar R$ 7 bilhões dos bancos, mudar a política cambial e suspender o envio de dólares ao exterior.



Assim que começou o segundo mandato - e diante da crise que se seguiu à desvalorização -, o então presidente Fernando Henrique procurou o PT, pediu um encontro com Lula no Palácio e ligou algumas vezes para ele. José Dirceu, no entanto, explicou como via aquelas tentativas de entendimento:



- O presidente está fazendo mise-en-scène e isso é um desrespeito. Nossa posição agora é tolerância zero com o governo.



Marcelo Deda, integrante da ala moderada do PT, concordou a certa altura que não era possível entendimento com o governo, já que ele estava fazendo algo inaceitável: mantendo o acordo com o FMI.



Lul a foi bem mais direto ao protestar em Brasília:



- Ou Fernando Henrique cria vergonha e muda a política econômica ou vamos tomar conta da cidade.



O ministro da Fazenda Pedro Malan criticou a campanha "Fora FHC" e chamou a oposição de "os sem-rumo". Deda respondeu:



- Se somos os sem-rumo, Malan é o sem-pátria. Basta ver sua política econômica de subserviência à banca internacional.



Quando o presidente reclamou da campanha, José Dirceu disse o seguinte:



- Avise ao presidente que não adianta dar chilique. Tudo o que a gente está fazendo está previsto na Constituição. Ele tem que ler a Constituição e as pesquisas. O grito no Brasil é de que ou Fernando Henrique muda de modelo econômico ou o Brasil vai mudar o governo - disse o hoje chefe da Casa Civil.



O PT chegou ao poder, manteve a política econômica e demonstra ter esquecido o que dizia e como se comportava na oposição. Seria bom se lembrasse. E aprendesse. Bons modos políticos s ão importantes numa democracia. “.



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