Me atiro num triste gozo
no bojo de um país sem gosto,
onde nada acontece sem segunda intenção.
A violência, a opulência, a imprudência,
são doenças dos humanos,
de todos os planos gerados
na conveniência clone da política dos homens.
Meu país imerso no universo deserto
dos desenhos diversos,
redescobre a ironia nos olhos da fome,
nos cheiros dos bichos mendigos
espremidos na fauna das cidades,
nas praças e viadutos
que mais parecem frutos apodrecidos
na lembrança dos seus irmãos.
Só me resta uma dúvida:
Quem ganha com isso?
“Jogo do Bicho”
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