Se você não amou quando jovem, não é depois do amadurecimento que vai conhecer o amor na se infinito jogo de espelhos. - É só na juventude que a gente se deixa iludir, como nas brincadeiras com os espelhos côncavos e convexos, dos circos e quermesses. Só na juventude que os olhos são abençoados pela nuvem da ilusão e aí não se vê nada, apenas o que o espelho do amor nos deixa ver.
Numa fase mais madura da vida, esqueça os espelhos. Porque sabemos de sua estrutura, sabemos onde a imagem se deturpa e se desvincula da realidade. Sabemos dos meandros da superfície e das fraudes que nos impõem como espelhos. E já não rimos com a mesma facilidade, jã não achamos graça no que, apenas há uns anos atrás, era engraçado, leve, absolutamente o real da vida.
Numa fase mais madura ainda da vida, quando realmente precisaríamos de um espelho torto para nos enganar um pouquinho, os espelhos todos estão quebrados. E ainda tentamos nos ver nos seus fragmentos.