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Humor-->É Hoje o dia -- 29/04/2002 - 10:00 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SABEM QUE DIA É HOJE?

Hoje é um dia muito importante para o país. E tudo isso porque os personagens Leo e Lucas, vividos pelo ator Murilo Benício, na novela “O Clone”, da Rede Globo de Televisão, finalmente irão se encontrar, para alegria, gritos, choros e muita emoção de seus cativos telespectadores.

Segundo os jornais, e a despeito de tanta expectativa criada em torno do assunto, não haverá grandes novidades. Mel, personagem de Débora Falabella, drogada, sai da mansão de sua família, deixando todos preocupados. Enquanto isso, Léo entra, sem ser percebido, (coisas de novela) e vai para o quarto de Lucas, o seu clone. E, pronto, os dois frente à frente. Contrariados por um ser igual ao outro. Léo, o clone, sentindo desprezo pelo Lucas, que é sua imagem envelhecida. E Lucas, com inveja, lembra de tudo que poderia ter feito na vida e não fez, e entra em depressão. No centro da crise, o criador do clone, Albieri, vivido por Juca de Oliveira, começa ser pressionado por todos. Igual a esse fato só tem o clone da novela. Que irá ao ar logo depois das próximas eleições. O FHC do primeiro mandato (o original) ficará frente à frente com o FHC do segundo mandato, o clone. E tudo será colocado em pratos limpos.

O clone olhará para o original, com certo desprezo, e verificará que FHC UM esteve com a faca e o queijo na mão,durante todo o tempo, mas não conseguiu realizar quase nada em benefício do país e de sua população de expectadores. No lugar de arregaçar as mangas, aproveitar o apoio da grande maioria de parlamentares no Congresso Nacional, e até as chuvas de verão, e votar as reformas que se faziam necessárias, perdeu muito tempo produzindo o seu próprio clone para o segundo mandato. E, também, tentando abafar escândalos que pipocavam por todos os lados, envolvendo amigos e colaboradores próximos.

O resultado não poderia ser outro. Não houve tempo para fazer investimentos no setor energético, para corrigir a tabela do imposto de renda, para reajustar os salários dos servidores públicos, para impulsionar o crescimento econômico, aumentar a oferta de empregos, coibir o avanço da dengue e da febre amarela, enfim, para evitar a escuridão geral que tomou conta deste país.

Ao seu clone restou, tão somente, levantar a imagem do Brasil no exterior, com palavras e discursos eloqüentes. O pouco tempo de convívio no Brasil, cuidou de aparecer na televisão para justificar os injustificáveis desacertos do governo. E, nas horas de folga, lutar para a sua continuidade no poder, apresentando e apoiando candidato próprio que pudesse subir a rampa do Congresso pela Serra da Boa Esperança.

O pior de tudo isto é que esta novela, O Clone, de há muito vem sendo levada ao ar no Brasil. Entra ano e sai ano, entra governo e sai governo, e os problemas de toda ordem não desaparecem. São clonados em escala industrial.

Não há recursos, não há investimentos em setores estratégicos, não há crescimento da economia, não há como conter o desemprego, não há como inibir a violência, não há como remunerar melhor os professores, dando-lhes condições adequadas de trabalho, não há como dar um aumento maior para o salário mínimo, embora todos com isso concordem, não há como deixar de misturar álcool à gasolina, não há como deixar de aumentar a conta de luz, não há como deixar de aumentar os impostos, não há como deixar de aumentar a concentração de rendas, não há como melhorar a rede pública hospitalar, não há como conter o desperdício de recursos, a corrupção, os desvios de verbas, e as remessas ilegais para o exterior.

Não há como colocar ninguém na cadeia, até porque elas estão cheias, superlotadas, e há uma enorme lista de mandados de prisão para serem cumpridos. Só dá tempo, mesmo, para dedicar-se ao pagamento dos juros das dívidas que crescem em proporções geométricas. No centro da crise, nós os eleitores, enfiando a mão no bolso que, já anda furado, faz tempo. Somos os clones dos criadores de clones. Os criadores, direta ou indiretamente, do original e do clone presidencial e de tantos outros. E ainda tem gente querendo ser presidente. E o pior é que tem certos eleitores que ainda votam em certos candidatos. Tem clone que ainda não aprendeu a votar..


Domingos Oliveira Medeiros
29 de abril de 2002


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