Um dia eles se encontraram e começaram a conversar. Tudo indicava que dali sairia um grande romance.
-Qual o seu nome?
-Novalgina. E o seu?
-Dipirona.
Marcaram um encontro na frente do cinema para o dia seguinte.
Às quatro horas da tarde, lá estavam eles. Compraram pipoca, refrigerante e chocolate, entraram e sentaram-se na primeira fileira. O filme era "Dor de Cabeça II".
Apagaram-se as luzes e começaram a rodar os comerciais e trailers. Novalgina começou a comer as pipocas enquanto Dipirona punha a sua mão boba nos ombros dela.
O filme já estava pra lá da metade, quando o protagonista, de repente, apareceu se contorcendo na penumbra de um quarto, por causa de uma dor de cabeça terrível. Ela assustou-se e agarrou Dipiroma, que, aproveitando-se da situação, deu uma apertadinha no seio de Novalgina, que fingiu não perceber. Cenas de suspense começaram a aparecer na tela. Novalgina fechou os olhos e pôs a cabeça no colo de Dipirona para não ver aquelas imagens. Ele, já excitado, abriu a barriguilha e deixou aquela massa carnosa dura encostar na face dela. Com delicadeza, virou-lhe um pouco o rosto e ela começou a sugar o peru de Dipirona. Cada vez mais excitado, ele pediu para pôr a mão na vagina de Novalgina e ela deixou. Súbito, ela levanta-se, pega o chocolate que haviam comprado, põe na boca até ficar bem derretido e, depois, começa a dar beijos de língua em Dipirona. Quando já estavam bem lambuzados, um deitou no colo do outro, iniciando um 69 Nestlé. Quando estavam no auge da excitação, as luzes acenderam-se e uma voz gritou:
-Pára de fazer sacanagem no cinema, porra!
Novalgina, desesperada, levantou-se olhando para trás com a boca toda suja de chocolate. Chorando, saiu correndo pelo corredor. Dipirona saiu atrás dela, ainda com a barriguilha aberta e o pinto dependurado, gritando:
-Toma, Novalgina! Você esqueceu a sua pipoca.
No meio das gargalhadas do público, eles sumiram e a luz se apagou novamente, depois daquelas momentos sexo-cômicos. Na tela, apareceram as cenas finais do filme, com o protagonista dando os ultimos suspiros após um sofrimento indescritível, devido a uma dor de cabeça descomunal conseqüência de um dengue hemorrágico que havia contraído.Sua amada, chorando, segurava as suas mãos dizendo ele não devia ter tomado os comprimidos que sua mãe lhe recomendara. |
