Impossível escrever um poema
que tenha todo esse teu tamaninho.
A estrada se confunde sem teus passos.
Tua presença era luz onde é espinho.
Sem ti, sou alma penada sem caminho,
sou mar naufragando meu coração.
Nos olhos míopes de solidão,
escorre a ausência do teu rostinho.
Restam braços fartos de tanto fardo,
os lábios cansados de tanto grito,
o peito murcho de desilusão
- longe de ti não sou nada, ou sou em vão.
E num adeus insone e infinito
meus versos se perdem na escuridão. |