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Artigos-->A SOJA COMO DESASTRE ECOLÓGICO. -- 25/08/2004 - 10:26 (Mário Ribeiro Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A SOJA COMO DESASTRE ECOLÓGICO.

(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO).



Mário Ribeiro Martins*







É claro que não se trata da soja em si, mas, da forma como ela está sendo plantada. Estão destruindo o verde do Brasil e especialmente do Tocantins e ninguém está reclamando ou dando importância, exceto alguns nomes, entre os quais, o jornalista Washington Novaes, que já recebeu o PRÊMIO ESSO ESPECIAL DE ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE.



Embora gere divisas para o país, a maneira como a soja está sendo produzida, contribui para a destruição da vegetação brasileira.



Destruíram as matas brasileiras do litoral para a plantação do cacau e da cana-de-açucar, além da retirada de madeiras nobres. Estão destruindo a floresta amazônica para a criação de gado.



Não é possível que, para se produzir soja em alta escala, se tenha de destruir tudo e todos. Afinal, o que sobra depois da plantação da soja? Nada, exceto uma terra arrasada.



A salvação do Brasil ainda é o conjunto de serras e montanhas, porque os plantadores de soja ainda não arranjaram um jeito de destruí-las para plantar a soja. Nestas serras e montanhas permanece o verde, protegendo as nascentes de córregos e rios.



O que é lamentável é a existência de linhas de crédito e financiamento para a destruição do verde ou seja para desmatamento. Por que não existe financiamento para a formação de “CAPÕES DE MATO” nas propriedades? Só existe financiamento para destruí-los.



Poder-se-ia dizer, como na época da saúva(formiga), ou se dá um jeito na plantação de soja ou ela vai destruir as belezas naturais do Brasil, formando verdadeiros desertos.



Não é possível que os ENGENHEIROS AGRÔNOMOS e técnicos em AGRONOMIA, especialmente eles, que não são leigos, não sejam capazes de estimular os produtores de soja a formar ou deixar CAPÕES DE MATO em suas propriedades.



O que se vê hoje é a destruição indiscriminada do verde. A área para produzir soja, depois de sua colheita, é uma terra arrasada. Não se vê mais pássaros e nem animais selvagens. Os pássaros não têm árvores para fazer os seus ninhos e os demais animais selvagens não têm as matas para se esconder.



Uma das condições para se financiar a plantação de soja, em qualquer parte do Brasil, teria de ser a OBRIGATORIEDADE, da formação de pequenos CAPÕES DE MATO, não com eucalípto, mas com a própria vegetação da terra, na proporção de mais ou menos quatrocentos metros quadrados(20 x 20), para cada alqueire plantado, seja ele alqueire paulista ou goiano.



Ao contrário, o que se vê hoje nas propriedades da soja é uma casa cercada de eucalíptos por todos os lados. Eucalíptos estes que podem ser cortados a qualquer hora e que não servem de abrigo para pássaros e animais selvagens. Felizmente, alguns proprietários já começaram a plantar na entrada de suas casas, alguns pés de manga, coco e caju, o que não resolve, mas ajuda.



As viagens de avião permitem ver o desastre ecológico que se está impondo sobre o Brasil, especialmente o Tocantins, por conta de “divisas” que estão sendo levantadas, não para o “bem estar social”, mas para o pagamento de uma dívida externa que todos sabem ser impagável, mesmo porque já foi paga várias vezes.



Em entrevista com o título “COMO O AGRONEGÓCIO ESTÁ DESTRUINDO O CERRADO”, o Frei Leonardo Boff, diante da pergunta “Como o senhor vê a Politica e o Agronegócio?”, respondeu:



“São fenômenos do capitalismo periférico avançado e selvagem. É um capitalismo que visa diretamente o lucro, com uma grande taxa de iniquidade social e ecológica. Chegam as grandes empresas com tecnologia de ponta, ocupam grandes espaços da natureza, arrasam com a biodiversidade, expulsam as populações tradicionais e tornam impossivel a agricultura familiar. Utilizando agrotóxicos muito poderosos, conseguem safras recordes de produção, toda ela destinada à exportação para alimentar animais da Europa e chineses da Ásia”.



“O governo brasileiro se sente constrangido e pressionado pela dívida externa e vê no agronegócio uma forma rápida de acumular dólares necessários para o pagamento de juros de dívida. Nada faz para impedir a devastação que implica o agronegócio, muito pelo contrário, facilita extremamente o trabalho de exploração, na medida em que isenta a soja, destinada à exportação, de todo e qualquer imposto. É um fenômeno só possível numa democracia débil, num governo relativamente fraco, que não negocia, não impõe limites a esse modo selvagem de produção”(O ESTADO DO TOCANTINS. Palmas, setembro de 2004)



Como se não bastasse, esses mesmos fazendeiros de soja querem agora(e para devastar mais), através da instrumentalidade da Deputada Federal Kátia Abreu, diminuir a reserva legal do Tocantins que é, atualmente, de 35% para apenas 20%, o que aumentaria muito mais, o desastre ecológico.



A plantação da soja da forma como está sendo feita, especialmente no Tocantins, precisa ser urgentemente repensada, sob pena de as gerações atuais e tambem as futuras terem de pagar um preço muito alto.









*Mário Ribeiro Martins

é Procurador de Justiça e Escritor.

(mariormartins@hotmail.com)

Home Page: www.genetic.com.br/~mario

Fones: (063) 215 4496 e (063) 99779311.

Caixa Postal, 90, Palmas, Tocantins, 77001-970.

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