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Poesias-->UM DIA -- 25/02/2002 - 04:22 (wladimir olivier) |
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Não sei o que escrever para mim mesmo:
sinto o presente como o vermelho da tinta.
Ao meu lado, brilha um foco luminoso
e seguro na mão esquerda a brancura de uma bolinha de pingue-pongue
e causo o ruído repetido de encontro à mesa.
Há um cheiro de bolo no ar
e uma brisa tênue e quase morna passa por dentro de mim.
Vou levantar-me por instantes. Um momento, sim?!
Volto depois de alguns segundos.
Além dessas sensações, há outras secundárias que chegam a mim,
bem como alguns pensamentos de existência e de vida.
Na estrada que deverei caminhar, aguarda-me um vazio tão misterioso quanto o momento presente para todo o passado.
Meu pensamento insiste em voltar-se para aqueles que já trilharam seus caminhos
e pergunta: - Persiste para eles o mistério?
Quão triste é não ter certezas!
E eu não estou certo nem daquilo que sinto: porque o presente, quando chega a mim, já é passado
e eu sou um homem sem futuros.
Como se vê, eu sou dono do que sou
e não sei o que sou,
porque acho que a consciência do ser deve ser inconsciente e sei isso conscientemente,
Gastei quinze minutos de energia escrevendo isto que de nada me serve agora,
mas sei que, no futuro, virei até cá.
Para verificar minhas sensações?
Não! Para sentir minhas emoções.
Por que não acabar com as sensações?
Para poder seguir tendo emoções, que são a vida e a existência.
29.06.59.
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