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Artigos-->O HAITI É AQUI -- 21/08/2004 - 01:26 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




O HAITI É AQUI

(Por Domingos Oliveira Medeiros)



Antiga a premissa segunda a qual, para conhecer um homem, basta dar-lhe dinheiro e poder. A afirmativa cai como uma luva nas mãos de nosso presidente. Um nordestino, antes de tudo, forte e inteligente. Cheio de coragem e de boas idéias. Humilde, sincero e leal para com todos os seus amigos.



Que Migrou para São Paulo, com um sonho: “vencer na vida”, como se diz lá pelas bandas dos sertões nordestino. Vivíamos o início da década de cinqüenta. No ritmo da euforia do final da Segunda Guerra Mundial.



Época em que o entusiasmo atiçava a imaginação. Época de ouro. Do binômio paz e amor, representado pelos dedos indicadores e médio, em forma de V de vitória do bem contra o mal. Hora de deixar o desespero e o sofrimento de lado. De reacender as esperanças num futuro melhor, aproveitando as novas oportunidades que surgiam a partir das chaminés enfumaçadas que tomavam conta da cidade de são Paulo. Nosso grande pólo industrial, em franca expansão.



Foi dentro deste contexto sócio-econômico que chegou o migrante Lula. E se fez torneiro. E se fez empregado. E se fez líder sindical. E descobriu outra faceta da cidadania: a luta por melhores condições de vida.



Sentiu que precisava, apenas, de um instrumento legal para levar adiante suas idéias e propósitos - então sensatos e justos. Pelo bem do Brasil e dos brasileiros. E fundou o Partido dos Trabalhadores. No bojo do contexto de época. A luta de classes. Trabalho versus Capital. Influenciado, provavelmente, pela guerra fria entre as duas maiores potências mundiais da época: URSS e EUA. A luta entre o modelo capitalista, de regime democrático, amante das liberdades e da justiça social. Do outro lado, a cortina de ferro, do modelo estatizante; do comunismo vermelho. Do socialismo utópico e distorcido. Que prometia distribuir bens e riquezas entre todos. A economia de braços com o social.



Durante mais de vinte e quatro anos, Lula foi um bravo guerreiro. Subindo em carrocerias de caminhão, nas portas das fábricas, enfrentou os donos do capital. Negociou. Exercitou o poder de pressão, realizando milhares de greves. Arranco acordos entre patrões e empregados. Melhorou salários e condições de trabalho.



Foi assim que construiu sua imagem: calcada na barba, no macacão, nas mãos sujas de graxa, ao som de inconfundível voz rouca e implacável na hora de denunciar as “maracutaias” e as decisões de governo que ele julgasse contrárias e ofensivas aos direitos adquiridos, aos atos perfeitos e acabados, às liberdades, inclusive, e principalmente, de pensamento e de justiça social: Grande Lula!...



Mas o tempo foi passando e aquele Lula foi desaparecendo. Até que surgiram as eleições de 2002. E o Lula reapareceu. Com as mesmas idéias. Desta feita, mais sorridente. Voz branda e macia. Lula paz e amor. Que não agredia seus adversários. Lula bem vestido. De sapatos engraxados. Gravata combinando com o terno. Unhas, barba e cabelos bem tratados. Que Lula seria aquele?



Talvez essa pergunta,diante do inusitado, tenha sido feita por vários de seus admiradores, não importa. Todos desconfiavam. Coisa de marqueteiros? O Lula teria sido transformado num produto para venda no grande mercado eleitoral brasileiro?



A verdade era o que temíamos. Trataram de tudo: da embalagem, do modo de apresentar-se em público. O uso das metáforas e aforismos, na hora de apresentar soluções para todos os problemas: sem quebra de contratos; sim, aos direitos adquiridos, vale dizer, nada de taxação de inativos. Respeito para com os velhinhos e aposentados. E muitas promessas: dez milhões de empregos, para começo de conversa; três refeições diárias para todos os que vivem abaixo da linha de pobreza; primeiro emprego para os jovens. E, sobretudo, promessa de mudanças. Esta era a palavra-chave: MUDANÇAS: na Economia, na arte de governar, na política, enfim, o Brasil no rumo do milagre do crescimento sustentado.



E vieram as eleições. Não deu outra. Lula no segundo turno. Logo com quem! José Serra, que há pouco tinha deixado o governo de FHC. E o povo não teve dúvidas: optou pelas mudanças. E o Lula foi eleito.



Mas, sempre tem um mas, depois da bonança, veio a tempestade. Mudou-se o discurso. Entraram em cena as bravatas e as histórias emocionadas e engraçadas. E as afirmações inusitadas: para que mexer no que estava funcionando tão bem?



E assim o Lula passou a copiar o FHC, pois não tinha programa para o seu governo. A não ser um grande projeto pessoal e intransferível: projetar-se no cenário mundial, a começar pela América do Sul; e perpetuar-se, a qualquer custo, no governo. Deus sabe lá por quanto tempo; e nem com que finalidade.

Hoje, todos estamos acompanhando o desenrolar dessa grande aventura. E já temos algumas idéias bem formadas. E algumas indagações? E as promessas de campanha? Que promessas?



E assim surgiram as negociações para formar a base aliada no Congresso Nacional. Sem vetos: todas as tendências políticas que quisessem compor com o PT seriam bem-vindas. Esqueçamos nossas divergências e diferenças de ideais. As portas foram escancaradas.



Não se falou mais das trezentas picaretas. Depois, surgiram as críticas ao Judiciário e ao Ministério Público. As “mordaças” foram, aos poucos, aparecendo; e avançaram na área cultural, atingindo a mídia, de modo geral. Comissões, conselhos, estudos e, mais recentemente, o tal conselho “fiscalizador” de empresas de comunicação e de jornalistas. Ainda bem que não existe mal que sempre dure, nem bem que não se acabe. E, ainda: há males que vêm para o bem, felizmente.



Prova disso, é que os escândalos começaram aa pipocar. E o governo em sua defesa, taxando-os de “onda de denuncismo”; “intriga de oposição”. Inclusive aquele escândalo, gravados e filmado, do qual o ator principal chama-se Waldomiro.



Até que chegou ao Banco do Brasil e ao Banco Central. Que fez o Lula? Promoveu o denunciado, conferido-lhe status de ministro e foro especial na Justiça. Usando de Medida Provisória, sem observância aos requisitos de urgência e relevância. Medo da investigação? Confissão de culpa? Ninguém sabe, ao certo. Até agora.



E comprou um avião. E viajou o mundo inteiro. Esteve na África. No Gabão, perdoou a dívida daquele país para com o Brasil. E andou distribuindo promessas de mais dinheiro pelo mundo afora.



Um país como o nosso, com uma dívida interna em torno de R$958 bilhões; que paga, só de juros, por ano, cerca de R$ 130 bilhões, isto é, mais do que todo o orçamento da Previdência Social em 2004, apenas para rolar a dívida; e que, paradoxalmente, vive alardeando crescimentos recordes na receita, obtidos em função da excessiva carga tributária, não pode andar por aí distribuindo dinheiro; e nem gritar, aos quatro ventos, que sem a dupla contribuição à Previdência, por parte dos aposentados, não vê como possa livra-la da falência e tapar os rombos deixados pela corrupção e pelos desvios de verba; sem contar com a imensa quantidade de devedores, inclusive o próprio governo, federal, estadual e municipal.



Por último, em viagem ao Haiti, ofereceu ajuda e ganhou apoio para suas pretensões junto à ONU: no país caribenho Lula sinalizou com a promessa de reerguer o Judiciário nacional, treinar professores e policiais. Às nossas custas, claro!





Naquele país, Lula acrescentou que em pouco tempo a Agência Brasileira de Cooperação chegará ao Haiti com cerca de vinte pessoas para estudar a implantação de projetos envolvendo as áreas de saúde, agricultura familiar, infra-estrutura e transporte urbano. Detalhe: tropas brasileiras já estão no país para garantir a segurança.



Em discurso para os nossos soldados, Lula teria dito: “ Enquanto houver fome, miséria, crianças sem educação, epidemias e tantos outros males ....não haverá segurança. Em lugar de segurança surgirão a revolta, a intolerância , o fanatismo , que são os verdadeiros alimentos do conflito, da violência e do terrorismo”.



O Haiti é aqui. E começou em Guaíba, no Piauí. Onde nossos irmãos brasileiros aguardam as trÊs refeições/dia que foram prometidas pelo nosso bom e amigo companheiro.



20 de agosto de 2004











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