Já votei com o pé direito. E de nada adiantou. Já votei com o pé esquerdo. E a coisa piorou. Já fiz isso muito tempo. Muita gente copiou. Já votei com a mão esquerda. Agora, recentemente. Na eleição que passou. Mas a letra ficou feia. O garrancho desandou. Parece que com o tempo. A minha letra mudou. A culpa, se houver e se for. É do microcomputador.
Mas é outra a conclusão:com o mesmo eleitorado; e mesma legislação. Com os mesmos candidatos. Pulando de galho em galho. Mudando de posição. Fazendo da nossa política. Verdadeira profissão. Trampolim para o sucesso. Não adianta votação.
Está mais que comprovado. Nada muda, nem melhora. De prefeito a deputado. Presidente e senador. E até governador. Tudo conversa fiada. Jogo de carta marcada. Com raríssimas exceções.
Quando algo dá errado. Logo, logo, dão um jeito. É questão negociada. Seja qual for o eleito.Muda a base aliada. Ou se muda de partido. Como se troca de cueca. Ou se muda o vestido.
Não à infidelidade. Partido não é seleção. Que troca de jogador. Á cada competição. Nem jogador é candidato. Que vive trocando de time. Desagradando a torcida. Jogando mal toda a vida. Sem defesa e sem ataque. Todo mundo na banheira. Desse jeito não dá não. De nada nos adianta. Gritar alto, com orgulho: Brasil, pentacampeão!...
E assim, à cada eleição. A coisa é mais complicada. É preciso dar um jeito. Vou mudar minha bancada. Em vez de meu coração. Vou usar minha cabeça. Não voto em coisa velha. Não faço repetição. Até que a nova reforma. Mude a legislação. Meu voto será um grito. Pela moralização.