Um floco branco de lã que baila no ar,
um sorriso azul na face clara do menino loiro,
um toque de sino da torre distante,
um bafejar morno da suave brisa da tarde,
uma doçura avermelhada que vem da maciez do pudim,
uma essência aromática das rosas vermelhas do jardim...
O ferro retorcido do trem descarrilhado que pôs lágrimas e fel no coração e nos olhos,
o corpo mutilado da criança sem vida jogada no chão da gare...
A vida esquecida do homem que passa na rua e não sabemos quem é, a face inexpressiva do condutor dos bondes elétricos, a multidão apressada dos homens...
As camadas profundas da terra e do ser...
17.06.59.
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