Usina de Letras
Usina de Letras
106 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62159 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22530)

Discursos (3238)

Ensaios - (10345)

Erótico (13567)

Frases (50571)

Humor (20027)

Infantil (5422)

Infanto Juvenil (4752)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140790)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->O PAIS DA ROTULAGEM -- 09/08/2004 - 10:58 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Ou seria da "Ratoagem"?

(Por Domingos Oliveira Medeiros)



O Brasil é campeão em rotulagem de si próprio. Basta dar um passeio pelo tempo e relembrar: o país que em se plantando, tudo dá; o país que não é sério, do “to-ma-lá-da-cá”. O país do futebol, do Carnaval. Do futuro do presente; do futuro do condicional. O país também chamado de emergente; o país em desenvolvimento. Celeiro do mundo, dos descamisados, dos desdentados; e do apagão. O país da escuridão, apesar de pentacampeão. Campeão de medidas provisórias, improvisadas; com paciência, sem pressa e sem urgência. O país da eleição. Do povo de fraca memória. O país sem passado e sem história. Sem presente e sem futuro. O país em cima do muro.



E, mais evidente, o país do jeitinho; da impunidade, das cotas, e dos vales. Vale-transporte, vale refeição, vale reeleição, vale tudo. Vale dizer que sim e, logo em seguida, dizer que não. O país do recesso, do côncavo e do convexo. Câmara e Senado, unidos pelo feriado. Ninguém é de ferro, assim diz o ditado.



O país de Língua Portuguesa. Com sabor de sobremesa. Portuguesa, com certeza. Língua rica em metáforas, aforismos e bravatas. De quem trocou o macacão pelas gravatas. Italianas. De sedas e de bacanas. Relativamente insanas. De quem há pouco saiu do chão. Das fábricas e do sertão. O país da geometria espacial. Que não tem lado certo. Esquerda ou direita é tudo igual. Mais do que tridimensional. O país do sobrenatural.



O país da reforma previdenciária. Que se contorce, imprevidente. A reforma do aposentado descontente. O fantasma da questão da violência. Do crime organizado e da questão fundiária. O fantasma do medo de ser feliz. E outros seres horrorosos. Com um ponto em comum. Para o Erário e para o povo: fantasmas onerosos.



Tem gente invisível, metendo a mão no mercado. No mercado financeiro. Que, pelo visto, é coisa do passado. De economista estrangeiro. Gente que, como a mão invisível, parece que não existe. Mas vive remetendo dinheiro. Sujo e mal lavado. De duvidosa origem. Para os paraísos fiscais. Ninguém consegue prendê-los. Nossos eternos roedores. Pelo chão e pelos ares. Andam todos os voadores. Chupando o sangue dos brasileiros. E transmitido doenças incuráveis. Roedores selvagens. Voadores implacáveis.



Em Brasília, acontece aos montes. Por falta de saneamento básico, inclusive; e melhores condições de vida, em declive. Os ratos tomaram conta da cidade inteira. Coincidência, ou não, bem próximo da eleição.



No Ministério da Saúde, os morcegos não dão trégua. Há tempos, montaram suas cavernas, no escuro. E bebem o sangue da população carente. Inadimplente e sem dinheiro. Acreditando, sempre. Que os últimos serão os primeiros. E viva o povo brasileiro!



Precisamos agilizar a CPI dos morcegos. Tentar reaver o sangue derramado. Pelas janelas da impunidade. À luz do refletor. Á luz do seu relator. E do seu presidente. O povo não anda contente. O assunto é demorado. Na CPI do BANESTADO. Há dúvidas em profusão. O clima é de feriado. Com bastante confusão. Vão acabar encerrando. O processo de investigação. Talvez até arquivando. Evitando a conclusão. E mais uma vez vence a tese. A triste e grande verdade. A tese da impunidade. Restando aos brasileiros. Sorrir bastante, à vontade. Lendo revista em quadrinho. Daquele pato famoso. E dos Sobrinhos do Capitão. Ou quem sabe o amigo Mandrake. Resolverá a questão. E o Brasil, como sempre. Começará tudo de novo. Com a sua seleção. E a torcida do povo. Povo pentacampeão. Até chegar novamente. Nossa próxima eleição.

E a história se repete. Falta comida e dinheiro. E viva o povo brasileiro!...



Publicado no jornal Correio Braziliense, desta data, Caderno "cidades", página 18.



09 de agosto de 2003

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui