De repente parei para pensar,
E pensando me deu medo...
Medo de que eu posso ter te magoado,
Medo de te magoando, ter-te feito sofrer,
Medo de te fazendo sofrer, fiz você chorar,
E em te fazendo chorar, despejar lágrimas.
Lágrimas que antes era de amor,
E que de repente, mesmo sem querer,
A fiz derramar de tristeza.
E aí me bateu o remorço,
Remorço por ter te magoado.
Remorço por ter-te feito chorar,
Agora não de alegria, mas sim de tristeza.
Mas o meu maior medo,
É talvez o medo que todos temos,
O insano medo de ser feliz.
Todos almejamos a felicidade,
Mas nunca de fato estamos preparados para ela.
Trazemos mágoas e desconfianças do passado.
Mesmo não querendo e carregando neuras ou traumas,
Carregamos experiências vividas,
E precisamos de ajuda para supera-las.
Por isso me deu medo.
Medo talvez de nunca mais,
Ver o brilho de teus olhos,
De não ver mais o seu sorriso,
De nunca mais ter você de volta para mim.
(Paulo Fuentes)
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