Foi no onze de setembro
Na noite do vendaval
Eu ainda me lembro
Era um forte temporal
Correrias na cidade
Parecia eternidade
Aquela fúria desigual
No seio do acampamento
De quem está excluído
Ocorreu um deslizamento
E um extenso zunido
O velho ficou aflito
Tudo estava esquisito
E o casebre caído
Na intensa tempestade
Havia uma gravidez
Teve muita agilidade
E uma grande lucidez
Pois o filho nasceria
Naquela hora do dia
Até parecia estupidez
Naquele dia anormal
Teve o seu encantamento
No meio do temporal
Sem constrangimento
Uma mulher deu a luz
Rogando a Santa Cruz
Saúde ao filho do vento
Em um quarto de hospital
Teve outro nascimento
Nasceu um fulano de tal
No pronto atendimento
Um menino protegido
Veio ao mundo prometido
Mais um filho do vento
Parece coincidência
Ou ironia do destino
O pedido de clemência
Pariu um outro menino
Foi naquela mesma rua
Descendente de charrua
Nasceu com poder divino
Naquele dia tristonho
No término do vendaval
Ficou um retrato medonho
Do fim de semana fatal
Nasceram filhos do vento
E foi o grande momento
Da triste hora diluvial
A natureza anunciou
Para os homens de fé
O vento sacramentou
Naquele grande banzé
O vento pariu meninos
Mais três continentinos
Quem sabe um novo Sepé