Antes da vida comprida, sem fim, que levava no antro de Deus,
era como se fosse um vazio que eu não sentia em mim
nem nos seres dispersos pelo eu do universo em torno, junto, integrado em mim.
Depois veio Deus e tudo passou a ser o que antes não era
e a dissociação se deu de maneira conforme.
Agora tudo parece pequeno e tangível diante de nós
e tudo longe de nós parece distante como o irreal.
E a carne se fez verbo e inexistiu eternamente.
Angústia, choro, criança perdida no vácuo luminoso do espaço irreal.
17.05.59.
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