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Artigos-->FALANDO EM GOZO... -- 25/07/2004 - 16:49 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Falando em Gozo...



®Por Lílian Maial





Nada mais na moda do que falar em gozo.

Parece que todo mundo goza quando fala em gozo.

E o pior, é que muito pouca gente goza.

Gozar, de verdade, é uma arte rara, extremamente prazerosa, que requer algo mais que fluidos, mão, língua e ereção. Isso é ejaculação (feminina e/ou masculina). Gozo é outra coisa.

O gozo nunca é solitário.

A ejaculação pode ser, se for proveniente de masturbação. E pode ser até a dois e, mesmo assim, sem gozo, como no caso de uma transa qualquer.

O gozo não, ele nunca é solitário, mesmo quando se goza sozinho. E quem já gozou sabe do que falo. Não se trata de eliminação de líquidos corporais e um friozinho na espinha e mais um monte de sensações localizadas. Nada disso. O gozo não é do corpo, ele é da alma.

Um pôr-do-sol pode fazer nos gozar sem que nos toquemos, apenas o sol nos toca, com seus raios já titubeantes, exaustos de nos proporcionar calor, luz, alegria.

Posso dizer que nunca gozei tanto, quanto quando vi a carinha de meus filhos, logo após o nascimento. Ah, irão me acusar de incestuosa! Se assim for, nós, mulheres, estamos perdidas... Jocastas imperdoáveis!

Qual mulher não goza freneticamente, quando seu filho fala a palavra “mamãe” pela primeira vez? Ou quando ele, já crescido, passa num concurso? Ou quando tem sua primeira descoberta de amor, ou decide seus caminhos, escolhe companhia para sua trilha na vida, ou quando alça vôo seguro, baseado nos ensinamentos de amor que ela mesma, a mãe, lhe passou a vida toda?

E qual homem não goza muito, quando encontra a paz no colo de quem sempre lhe amparou as incertezas, incertezas essas que só ela, a mãe, sabe e que nunca há de contar pra mais ninguém? Ou quando segura nas mãozinhas gorduchinhas de seu filho, meio sem jeito de carregar algo tão frágil e tão seu?

Ou, por que não dizer, seu time de futebol vence aquela partida decisiva e ele sai à rua, não sem antes arrasar o porteiro do prédio, que é do time adversário?



Pois bem, já que entendemos o que é gozar, resta-nos saber como gozar.

É, como.

Isso, gozar fazendo amor.

Como alcançar essa sensação de plenitude, de satisfação do corpo e do espírito, como se encontrar com Deus através do gozo?

Já que o gozo é a “ejaculação da alma”, antes de tudo é necessário haver sintonia. Precisa-se estar em sintonia com o objeto do gozo. Precisa-se entendê-lo, admirá-lo, amá-lo, querê-lo muito e bem, e feliz.

É preciso atingir sua alma através dos olhos, decifrar cada cantinho escuro, cada encruzilhada, cada senão desses olhinhos desejados. E é por isso que não basta ser um atleta sexual para gozar. Porque o lance não é físico, mas muito além disso.

Há a sensação física, sem dúvida, que é divina e maravilhosa. Mas não chega aos pés do verdadeiro gozo, daquele capaz de fazer brotar lágrimas de incredulidade, de encontro, de paraíso.

Quando se goza mesmo, é como se o corpo não estivesse ali, como se fôssemos apenas o etéreo, o alcance do inalcançável, o alvo do inatingível, a chegada do que não tem fim.

Há os que dizem que isso é amor. Eu discordo. O amor pode acontecer sem que se goze.

Para se gozar, na verdade, há uma coincidência de sentimentos e sensações e, acima de tudo, de disposição, de sintonia. O exemplo é bem simples: uma mulher que ama loucamente seu homem, que o deseja todos os dias, que o respeita e admira e que é, da mesma forma, amada e desejada, de maneira nenhuma conseguirá gozar num dia que seu filho esteja doente. Não há a disposição para isso, por maior que seja o estímulo físico. Ela pode, sim, ejacular, mas, decerto, não gozará.

Cito a mulher apenas por sê-la, mas o homem também não consegue, tenho certeza.

Portanto, falando em gozo, é melhor experimentá-lo primeiro, hoje, agora, logo! E que se comece pelo despertar. Que se faça do despertar um gozo matinal costumeiro. Que se entre em sintonia com a natureza, com o sol, o céu, a chuva, o vento, o raiar de cada dia. Que não deixemos o dia nascer sem que nos regozijemos com ele, sem que gozemos. E que passemos o dia todo assim, nessa aura, para que, mais tarde, quando estivermos em companhia do nosso amor, possamos passar para ele essa nossa carga, nossa energia positiva e sedutora, e possamos fazê-lo gozar com nosso olhar, nosso toque, nosso beijo, nosso sorriso e nossas loucuras de amor.





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