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Cordel-->A desapropriação -- 18/09/2002 - 18:33 (Jorge Ribeiro Sales) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Vou contar uma história
De um homem de valor
Cabra baiano educado
Moço bom, trabalhador
Menino cheio de prendas
Foi herdeiro de fazendas
Que cuidou com muito amor

Deu a terra o seu carinho
Fez isto com muito brilho
Cuidou muito bem das cabras
Vacas, ovelhas, novilhos
Aumentou a propriedade
Valorizou a cidade
Tratou os bois como filhos

O seu nome era Jojô
Nunca foi um meliante
Fazendeiro respeitável
Homem discreto, elegante
No entanto peço vênia
Nem aqui , nem na Chexênia
Tem sujeito mais falante

Seu trabalho resumia
Num auto aqui outro lá
Ele detestava greves
Seu negócio é trabalhar
Quando casou foi também
Justo com separação de bem
Pro caso de separar

Num Sábado em sua casa
Tocou o seu telefone
Conheceu aquela voz
Não esperou pelo nome
Era Ticão capataz
Moço digno bom rapaz
Que falou ,vem pra cá home

Venha aqui pra Porto Belo
Corra não demore não
Vão tomar a nossa terra
Eles querem confusão
Na fazenda Alto Bonito
Barragem farão no grito
Prepare o seu coração


Jojô pegou a camionete
Botou a mulher na boléia
Mandou-se pra Porto Belo
Nem Jesus na Galiléia
Sofreu tamanha injustiça
È muito urubu na carniça
Pintou logo a cefaléia

Quando chegou na fazenda
Muitos homens o aguardavam
Eram outros fazendeiros
Que também desesperavam
Da vaca tiravam o leite
Aquilo não era enfeite
Da terra eles precisavam

Porto Belo é um município
De gente boa e honesta
Elegeram um prefeito
A cidade era só festa
O político endividou-se
Aí foi-se o que era doce
Do que sobrou nada presta

O prefeito então pensou
Como vou ganhar dinheiro
Pra pagar as minhas dívidas
Pegar meu pirão primeiro
Ou faço uma sacanagem
Ou construo uma barragem
Qui der na telha primeiro

Fez projeto pra barragem
A câmara então, aprovou
Mandou desapropriar
A fazenda do Jojô
Com o dinheiro de Brasília
Sustentaria a família
O prefeito assim pensou

Avaliar a fazenda
O prefeito ordenou
Para isso contratou
Um bom avaliador
Jojô corou quando viu
A terra valendo mil
Ele então desesperou

Tinha mais de vinte mil
Só de peças de madeira
Tinha rede de energia
Muito pau, muita mangueira
Tinha capim elefante
Arca de cana gigante
E um pé de erva cidreira

Jojô mandou contratar
Seu próprio avaliador
Engenheiro da cidade
Foi prá isso que estudou
Quando ele deu o seu preço
Jojô falou eu mereço
Tá muito caro um horror

Mas o tempo se esgotava
Jojô com alma ferida
Vestia até de mulher
Por sua terra querida
Deu ordem prá avaliar
E deu até sem pensar
Jojô não tinha saída.

O homem fez tudo errado.
Não dava prá acreditar
Que ele era engenheiro
Falo sem medo de errar
O tal preço avaliado
Não pagava nem o arado
Prá sua terra lavrar

Restava agora a justiça
E sem fazer escarcéu
Ajuizou uma ação
Era uma sopa no mel
A juíza não gostou
Parecia que Jojô
Era quem era o réu

Tudo que Jojô fazia
Não estava dando certo
O promotor que era amigo
Falou com Jojô direto
Corre atrás do prejuízo
Vai ter chuva de granizo
O prefeito é muito esperto

Para encurtar esta história
Pasmem agora os senhores
Todo muito foi comprado
Juíza ,parentes , vereadores
Até o tal do engenheiro
Tinha ganho algum dinheiro
Junto com todos mentores

Esta história é verdadeira
Aconteceu nesta terra
O Brasil neo- liberal
Onde quase tudo emperra
È por este tipo de história
Que tenho em minha memória
Não sei quem é pior:Lula ou Serra















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