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Poesias-->Epifania de Trânsito -- 19/02/2002 - 22:18 (Saulo Medeiros Aride) |
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Epifania de Trânsito
Rua.
Carros ônibus barulho luzes.
Um menino na calçada a pé.
Canta brinca pula e grita.
Está rodeado por amiguinhos
Felizes, sorridentes, livres.
Um carro.
A frieza do barulho do motor
A agressividade metálica da lataria
A fúria incisiva dos faróis.
Um homem engravatado o dirige, sozinho.
O menino o homem o menino
Buzina
Freada
Grito
Chão.
Sangue.
O menino cai perante a máquina,
Perece agonizante ante o plácido veículo.
É derrotado pelo senhor de traje sóbrio.
“Esses moleques (pensa o motorista) esses moleques
De tão soltos de tão livres
(Por mais que tentemos prendê-los)
Às vezes nos aparecem, de repente,
Diante dos olhos.
E nós os atropelamos”
(E continuamos sozinhos, de terno e gravata).
Saulo Medeiros Aride - 5/9/01
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