O episódio da visita de Paulo Maluf a UTI de um hospital em São Paulo nos coloca, mais uma vez preocupados em relação aos políticos, ou melhor, a politicagem eleitoreira. Isso não é uma ação política e sim um “modus operandi”.
É inacreditável que esse candidato tenha eleitores e inadmissível que ainda postule o cargo de prefeito. Felizmente não é essa a essência da nossa política.
Um candidato que invade uma unidade de tratamento intensivo, recinto restrito a parentes em horários determinados e a médicos e enfermeiros, para pedir votos, é no mínimo hipócrita. Seria mais uma desastrosa estratégia de marketing eleitoral? Ingenuidade? Ou um descuido de sua assessoria? Essa visita a UTI foi insensível, demagógica e uma afronta aos direitos humanos. A ética passou “a lo largo” dessa atitude. A direção do hospital também deverá ser responsabilizada. Afinal, de quem partiu a autorização?
No entanto, nesse emaranhado de denúncias e os escândalos que pululam por esse país e o descrédito em relação aos políticos a impressão que temos é que a política está na UTI e, infelizmente, em coma e cheia de tubos para garantir uma sobre-vida.
Mas nem tudo está perdido. Devemos ser otimistas com a política e, principalmente, com os avanços democráticos da nossa sociedade. São inúmeros os políticos sérios e honestos, que colocam a coisa pública acima dos interesses pessoais. No entanto, são os maus políticos que ocupam as páginas dos jornais e espaços na mídia com os seus malfadados desmandos e descarada prática do toma-la-da-cá transformando seus gabinetes em balcões de negócios.
Qual o perfil de um político moderno? Uma pessoa sensível, humanitária, com ideais definidos e transparentes. Uma pessoa amante das artes, defensora do meio ambiente e desprovido das fogueiras das vaidades do poder.
Existe esse sujeito? Penso que sim. E são esses cidadãos que devemos identificar no próximo dia 03 de outubro quando elegeremos os vereadores e prefeitos. Logo estaremos assistindo a propaganda eleitoral na televisão e haverá um desfile de caras e promessas em horário nobre. E mais uma vez o eleitor será testado em sua inteligência e capacidade de discernimento para escolher o melhor administrador para a sua cidade.
A política até pode estar na UTI, mas é com o exercício político que a cidadania alcançará seus anseios. E elevará a democracia e o fazer político a sua plenitude em que apenas os decentes a exercerão.