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Artigos-->O Império -- 19/07/2004 - 10:46 (LuRomana) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Império X Multidão

*Baseado na obra "Império" de Michael Hardt*



O Império figura como uma nova forma de supremacia, que consiste numa nova lógica e estrutura de comando, constituindo uma nova ordem global. É um aparelho de descentralização e desterritorialização do geral, incorporando gradualmente o mundo inteiro dentro de fronteiras abertas e em expansão. Ele constitui o pilar sobre o qual todas as relações de poder são construídas, o tecido no qual as relações de poder (políticas, econômicas, sociais e pessoais) são costuradas. O homem aparece aqui no domínio do social e do político. O poder do Império será consolidado pela política, como imanência do ser. Através do biopoder e da sociedade de controle, ele procurará atuar no âmbito da subjetividade, para tornar-se capaz de articular toda a extensão global do ser.



No contexto do Império, supera-se o conceito de “povo”, cuja identidade é substituída pela mobilidade, flexibilidade e perpétua diferenciação da “multidão”, que só poderá ser governada com os instrumentos do sistema capitalista pós-moderno e dentro das relações sociais da submissão real, no contexto biopolítico de sua existência.



O Império apresenta-se como um poder negativo, passivo, regulador. É colocado em contraposição à multidão, que é geradora, representando, como um desejo comum e produtivo, a força do trabalho imanente, da cooperação humana, o que possibilita a sua configuração de sujeito político. Como o Império somente age quando há resistência da multidão, seu poder estará ligado ao seu declínio. Assim, diante da resistência da multidão, que representa o risco da desordem, o Império age no sentido de solapar a sua força, o que leva ao solapamento de sua própria legitimidade. Em suma, o Império é produzido pelas lutas da multidão como uma inversão de sua própria imagem. Ele deverá possuir, assim, meios de controle globais, que elucidam sua natureza negativa. Tais meios são: a bomba, que representa uma operação de violência absoluta; o dinheiro, que leva à desconstrução dos mercados nacionais; o éter, entendido como os meios de comunicação, que ataca a possibilidade de vincular uma ordem a um espaço.



Diante da opressão do Império, caberá à multidão levantar-se contra ele. Percebe-se que, por sua importância para a própria existência deste, ela possui um poder político potencial. Como sujeito político, será auto-organização biopolítica. Ela torna-se política, sobretudo, quando começa a fazer face diretamente, e com a consciência adequada, às operações repressivas centrais do Império. Será sua missão combater as iniciativas imperiais, não permitindo que a ordem seja restabelecida continuamente; deverá contrariar e subverter os limites e segmentações impostos à nova força coletiva de trabalho; ainda, reunir os instrumentos de resistência e empunhá-los de comum acordo contra os centros nervosos do comando imperial. Serão demandas políticas programáticas da multidão: a cidadania global, caracterizada pelo nomadismo e miscigenação, que é o poder do povo de se reapropriar do controle do espaço e que tem como demanda definitiva o direito geral de controlar seu próprio movimento; temos, ainda, o salário social e uma renda garantida a todos, tendo em vista que o proletariado produz em toda a sua generalidade. Há também o telos , o direito à reapropriação dos meios de produção, que significa o direito da multidão ao autocontrole e à produção autônoma.



É importante que se busque a constituição de uma sociedade na qual a base de poder seja definida pela pressão das necessidades de todos. Assim, os trabalhadores devem se organizar e se emancipar da globalização capitalista imposta pelo Império. Deve-se buscar uma globalização não-capitalista alternativa. O poder constituinte que encontra-se disperso na multidão deve ser utilizado para gerar um Contra-Império. Portanto, para se opor às novas formas de dominação do Império, será importante que a multidão o desafie e resista a ele e a seu mercado mundial, propondo uma alternativa em nível global, atravessando o Império para chegar ao outro lado. O “ser contra” generalizado da multidão deverá reconhecer a soberania imperial como inimigo e descobrir os meios adequados para subverter o seu poder, buscando por fim à exploração e procurando a libertação dentro do próprio Império.





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