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Artigos-->No final, o mal enfrentará o mal -- 15/07/2004 - 17:23 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


No Final, o Mal Enfrenta o Mal.

(Domingos Oliveira Medeiros)





Não acredito na premissa simplista de que a causa da violência que grassa neste país, nos últimos anos, esteja basicamente restrita ao problema do desemprego, da má distribuição de renda, e outras justificativas do estilo.



Se fosse assim, a violência estaria em patamares bem superiores, posto que o exército de desempregados e de famintos é muito maior do que aqueles vestidos com a farda do crime organizado. Ademais, tem a história da motivação e índole para a prática de ilícitos. Na verdade, quem tem fome não estupra, não mata, não seqüestra, não odeia; no máximo, se a fraqueza de caráter assim o permitir, consegue pedir uma esmola ou, até mesmo, “roubar” um pacote de biscoitos ou um saquinho de leite de qualquer supermercado; o que, aliás, nem é considerado crime, desde que se comprove a necessidade do alimento, junto à incapacidade de ordem econômica para comprá-lo.



A violência violenta, digamos assim, faz parte de outra classe de miseráveis. A classe dos estúpidos que, à sombra do anonimato e, quiçá, acobertados por algumas autoridades, insistem em assaltar, ferir, torturar, matar, humilhar, com requintes de crueldade, de forma “profissional”, sem qualquer constrangimento ou arrependimento, apenas para cumprir um “trabalho” encomendado pelo “Cabeça” ou “Cabeças” da “Organização”, corrupta e/ou criminosa, com propósitos os mais diversificados.



A rigor, o objetivo de toda esta gama de violência (organizada ou não) está na luta pelo poder (indiscriminado e sem responsabilidade), visando, unicamente, como prioridade absoluta, o acúmulo de recursos materiais e financeiros. Apenas, isso.



Chegaremos um dia em que as atitudes criminosas dessas organizações criminosas - e outras quadrilhas similares - sem regras e sem limites, acabarão por destruir a própria natureza, a motivação e a alegria em relação à vida, à liberdade, e aos escusos interesses dos próprios delinqüentes, de modo geral; que não terão, ao longo do tempo, onde gastar tanto dinheiro. E isto não demorará muito.



Daqui a pouco, nossas praias, rios, lagos, ilhas e mares estarão total e irreversivelmente poluídos; inundados de lixo e manchados com o óleo derramado pela indiferença dos estúpidos, aqui incluídos, naturalmente, os governantes e autoridades omissos e conivent4es.



Não se poderá mais, por exemplo, realizar uma simples pescaria; pois não haverá peixes para pescar. Não se terá sossego diante do imenso calor que advirá por conta do efeito estufa, que alguns países ditos civilizados e desenvolvidos, insistem em não cuidar; em não colaborar para a interrupção deste processo que aponta para a destrui8ção de todos nós.



Não haverá, por conseguinte, água potável. As doenças, as epidemias, outrora controladas, retornarão. Novas doenças, graves e desconhecidas, aparecerão. E, como sempre, a velhice encerrará, como última certeza, a atividade de todos os criminosos.



Nesta hora, não haverá mais hospitais e nem médicos preparados e em quantidades suficientes para atender a todos. Os hospitais terão fechados suas portas por falta de recursos. E os médicos penduraram seus blocos de receitas, seu instrumental cirúrgico, e foram procurar, junto com os professores, novos meios de vida. Ou de sobrevida, como queiram.



Os drogados começam a morrer, um a um; o contrabando de drogas começa a ruir. Não haverá mais clientes para garantir o consumo. Não há mais governo nem autoridades para corromper e ser corrompido.



Por orientação dos poucos que ainda restam, e que seguem a cartilha do neoliberalismo, o Estado afastou-se tanto da economia e do social, que encolheu e também sumiu. Deixando uma enorme dívida que a ninguém mais interessa cobrar. Na há mais consumo e nem consumidores. O dólar e as bolsas caíram pela última vez. Junto, levaram o risco-Brasil e todos os demais artifícios usados pelo sistema financeiro para exploração e concentração de capitais.



O Congresso fechou às portas. Não há mais sistema político. Não há mais políticos. Nem bons nem maus. Fecharam-se as portas daqueles que se locupletavam com as fraquezas do poder constituído. Vereadores e deputados desempregados. Alguns, sem ter mais o que fazer. Outros, sem ter a quem enganar ou o que mais roubar.



Os balanços de grandes empresas continuarão a mostrar uma situação irreal das empresas, por algum tempo, tal como aconteceu na Bolsa de Valores dos Estados Unidos. Pura obsessão. O mercado de capitais, outrora respeitado e símbolo da riqueza das gran dês nações, já n ao existe mais; perdera credibilidade; e não tem mais sentido aquela montanha de cédulas verdes, movimentando-se, em questão de segundos, na direção das contas bancárias dos grandes capitalistas.



E o trabalho estará extinto. Não haverá mais formas de exploração. Não haverá mais formas de ganhar dinheiro. De especular. De mentir.



Sobrarão pequenos grupos de organizações criminosas que, de resto, brigarão entre si, até restringir-se a um último grupo: o mais poderoso deles. O que exterminou todos os seus concorrentes.



Grupo, agora, constituído de velhos criminosos; doentes e desinteressados; que vão morrendo pouco a pouco, à míngua, até restar o último deles: coincidentemente ou não, que tem como chefe um bandido que atende pelo nome de Adão, o poderoso chefão; Adão, cujo apelido surgiu por ter somas e somas de dinheiro em paraísos fiscais.



Neste final de vida, Adão, sentado na calçada de um de seus belos e grandiosos edifícios, situado numa dessas grandes metrópoles, olha para trás e verifica o inferno em que ele e seu grupo transformou o que ,antes, era o verdadeiro Paraíso. O mundo estava acabando. Sem água, sem árvores, sem pessoas para contar a história.



Foi então que, de seus olhos, rolaram lágrimas, pela primeira vez. E lhe veio à mente alguns filetes de arrependimento: um desejo incontido de poder consertar as injustiça e os males praticados durante toda a sua vida. Estava na hora de Adão compreender o verdadeiro sentido da vida e de escolher, logo, a única alternativa coerente que lhe restava.



E então, ele se põe de joelhos e, num último esforço de consciência, pede perdão a Deus. E Deus, que é Misericordioso, que é Justo, lhe dá mais uma chance. Chance que se estende para todos nós.



E recria o mundo. E tudo recomeça das trevas. E faz-se a luz novamente. Renascem as esperanças por tempos melhores. Uma nova era de recuperação da moral e da fé. O arquivamento do chamado “hedonismo”, ou seja, a divinização ou a procura prioritária pelo prazer, como critério orientador da vida. Como finalidade mais importante da vida. Critério tantas vezes adotado pelo nosso Adão. Mas que hoje, entendeu, pela via do perdão, que foi justo este critério de apego ao hedonismo que contribuiu para o aumento do uso e da comercialização das drogas, aí incluído o álcool, notadamente junto aos jovens, como estimulantes às aventuras sexuais de risco, (AIDS,etc) e a conseqüente deterioração do verdadeiro ideal do amor, da família e de toda a sociedade.



15 de julho de 22004







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