PENSANDO BEM. Algumas pessoas ainda não se deram conta de que a virtualidade é apenas uma questão de máquina, de tecnologia. Tem gente abusando do termo, e fazendo de conta que também é uma “pessoa virtual”, sem compromisso com a realidade. Essas pessoas, confundem espontaneidade com autenticidade, e, aproveitam-se do relativo anonimato em que se encontram para vomitar ironias sem endereço certo e para escrever em causa própria, muitas vezes para satisfação individual. Virtual, na verdade, são suas convicções, são seus conceitos, os conceitos que fazem de si mesmo, como se o mundo começasse e terminasse na tela de um computador.
Antigamente, essas pessoas faziam isto no banheiro de casa, sempre que estavam sozinhas. Agora, o que faziam no banheiro, escondidas, estão trazendo para as telas das páginas eletrônicas. Um pouco de humildade, de sinceridade e menos rancor e ódio não fazem mal a ninguém.
É por essas e outras que razões que o Ariel Sharon e o Bush, como tantos outros, aparecem como donos do mundo, como os únicos que sabem e os únicos que fazem as coisas certas. Não estou me referindo a nenhuma pessoa específica. Mas, há tempos, já tive a oportunidade de identificar casos da espécie.
A palavra de ordem é sinceridade. Chega de tentar rotular as pessoas. Se um usineiro é bom em filosofia, outro o é em literatura. E haverá, por certo, milhares e milhares de outros melhores, em milhares e milhares de outras coisas. Principalmente as coisas mais importantes, que são, entre outras, as virtudes de cada um, que, por sua vez, são, na verdade, bênçãos de Deus.
Domingos Oliveira Medeiros
15 de abril de 2002
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