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Artigos-->Apologia ao Elemento Água -- 03/07/2004 - 12:38 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


BRINCANDO NAS ÁGUAS DA POESIA

(Por Domingos Oliveira Medeiros)



No começo, a água nascente. Água do útero. Água do bebê. Água ainda em pingo. Pouco mais de alguns respingos. Água da fonte primeira. Água da vida. Fez-se luz, um filete de água, aponta das entranhas da mãe Terra. A água nasceu. A água se move. A água que anda. A água que escorre. A água que cresce. Pro mundo cá fora. Água jovem. Água sem medo. Água destemida. Água ousada. Água atrevida. Água cheia de vida. Água que supera barreiras. Pulando pedras e arrastando barrancos. Água que explora todos os recantos. Água que anda pelos rios e seus afluentes. Água jovem. Que encontra o mar. Água do mar. Água adulta. Água experiente. Água que reúne todas as águas. No mesmo lugar. Para falar das coisas da vida. Para falar das águas da poesia.



Água potável, de se beber. De matar a sede de prazer. Água natural, de bica e mineral. Água doce, água salgada. Água com gosto de nada. Água quente, água gelada. Água fervida, vaporizada. Água em pedra, água congelada. Água que se reclama: ou muito quente ou esfriada. Água de família. Água comportada. Água em cima da mesa. Água resfriada. Água de casa e água de rua. Água limpa e água suja. Água de esgoto. Água infectada. Água que se bebia e que lavou a calçada. Água sem valia. Água desperdiçada. Água mal utilizada.



Água da chuva, água esperada. Pela semente, que foi plantada. Água que tanto assusta como conforta. Água do final da madrugada. Água que bate na porta e em cima do telhado. Água que escorre pela calha. Água abençoada. Água que derruba a barricada. Água da lama. Água que atola. Água que amola. Água da demora. Do caminhão na estrada. Água encanada. Água monitorada. Água sem cano. Água do desengano. Água de pipa. Entra ano e sai ano. Água no caminhão. Água que compra voto. Em dias de eleição.



Água onde nos vemos. Água que reflete. Água dos vaidosos. Água espelho. Águas buliçosas. Águas que escondem as rugas. Águas generosas e um pouco mentirosas. Águas calmas e tranqüilas. Águas revoltas, estressadas. Águas dinâmicas, águas paradas. Águas que fazem barulho, e que nunca dão em nada. Águas silenciosas. Águas que trabalham. Águas que são forças, que empurram. Águas que produzem energia.



Água de cheiro. Água que perfuma. Água de flores. De mil odores. Água que vem e vai embora. Como os amores. Águas do adeus. Água da chegada. Águas que sorriem e que choram. Águas de lágrimas. Águas da fé. Águas abençoadas. Água benta. Santificada. Água sagrada. Águas do rio Jordão. Águas consagradas. Águas do batismo de Cristo. Águas do Cristão.



Água que cura. Águas dos doentes. Águas da salvação. Água na pleura. Água no pulmão. Água dos nobres. Água dos pobres. Águas de todos os lugares. Água dos que padecem. Água dos enfermos. Água oxigenada. Água destilada. Água boricada. Para as feridas infectadas. Água termal, água tônica. Água para compressa. Para limpeza. Água bem quente ou morna. Água inglesa. Água para o chá. Para curar e conversar. Chá que reanima. Chá de ervas em efusão. Chá para as dores do coração.



Água da urina. E do joelho inflamado. Água para o acidentado. Que perdeu seus movimentos. Água dentro da piscina. Água morna e água fria. Água para a fisioterapia. Água para a ginástica. Água hidroterapia. Águas que recuperam. Devagar, no dia-a-dia. São tantas as águas da vida. Nas águas da poesia.



Águas passadas, não movem moinhos. Águas de tantos amores e tanta emoção. Águas de março, de fim de verão. Águas imortalizadas, por Jobim, na canção. Água de coco, água de férias, águas que apagam segredos. Escritos na areia. E logo arrastados.



São tantas as águas. O que mais dizer? Água que ensina que dá conselho, que dá prazer. Água mole em pedra dura, a persistência que fura. Água que nos transporta. Água dos navegadores. De nossos descobridores. Águas dos viajantes. E de todos os sonhadores. Água também dos errantes. Água dentro de garrafa. Façamos então este brinde. Um brinde com água que arde. Um brinde à vida e à saúde. Saúde pra toda gente. Um brinde á poesia. E ao nosso bom aguardente.



02 de julho de 2004























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