Brizola teve um papel importante na História do Brasil, mas não soube renovar o discurso. Por isto, acabou ficando obsoleto, extemporâneo.
A expectativa criada em relação ao seu governo, quando eleito no início da década de 80, levou muita gente a considerá-lo "persona non grata", por causa das distorções entre o seu discurso e a sua efetiva prática de gestão. Não que ele tenha deixado de ser íntegro, não que ele tenha deixado de ser coerente, mas os recursos populistas, dos quais lançou mão, criou uma espécie de fadiga no relacionamento com uma boa parte da população fluminense, que passou a rejeitá-lo.
Eu, que convivi com as duas gestões do Brizola aqui no Rio de Janeiro, fiquei decepcionado. O retrato que tenho comigo é de abandono do meu Estado naquele período, tanto pela falta de apoio federal, quanto pela participação de pessoas incompetentes no seu governo. Um bom político não necessariamente é um bom administrador e a verdade é que o tino administrativo dele não era dos melhores.
Para mim, a contribuição positiva de Leonel Brizola para a nossa História aconteceu antes do exílio, quando foi mais político do que administrador.
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