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Artigos-->29. O QUE ESPERAMOS DOS LEITORES -- 15/09/2001 - 09:43 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Estamos destinando o livro aos colegas de idade e de vícios. Viram que a nossa faixa etária se encaixa entre os doze e os dezoito anos, havendo quatro ou cinco que ficam aquém e outros tantos, além. Assim como nós, esperamos que os leitores não tenham tido grau nenhum de escolaridade, exceção feita aos que não se encontrem na situação acima referida, como este que redige o texto, que não se configura exatamente da mesma forma.



Não deveria ocupar muito espaço a falar de mim, mas preciso, para a verossimilhança dos escritos, referir-me ao fato de haver sido, em pregressa encarnação, bem sucedido paradigma da imprensa marrom, optando por desenvolver as qualidades intelectuais no mau sentido, objetivando perseguir (obsidiar) os encarnados enquanto ainda revestido das carnes humanas. Sendo assim, é fácil de admitir que tenho recursos lingüísticos mais ou menos apropriados para as descrições e o narrado, fraquejando, lamentavelmente, nas dissertações de caráter elucidativo. Em todo caso, fui auxiliado pelos professores, de modo que se puderam ler textos até certo ponto providos de nexo, apesar dos distúrbios de nossa mentalidade (falo do grupo e não especificamente de mim), que oneraram sobremodo os trechos em que pretendemos expor conceitos de alto nível, conforme nos são passados em aula. Pois bem, o acendrado desejo de acertar também nos forneceu a oportunidade da pesquisa nas bibliotecas da casa, de forma a facilitar certa contextura quase literária em passagens plenas de emoção, quando estávamos sob direta influência fluídico-energética dos instrutores.



Eis delineado o princípio sobre o qual repousamos os fundamentos da escritura. Mais que isso haverá de ser odioso da parte daqueles que sofrem a desdita da mais crassa ignorância, porque incultos e despojados dos elementos mínimos da norma literária. Então, perguntar-se-á:



- Sabendo que os leitores não têm capacidade para decifrar as mensagens, que pestes de comunicólogos são esses que pretendem não ser lidos? Não reside aí o mais elementar contra-senso?



Respondemos que (sem saber como) todos podem esmerar-se na leitura, compondo grupos de estudos, sob a abalizada condução de gente menos ignorante, por exemplo, nos centros de recuperação de drogados, nas casas de assistência espírita, nas escolas laicas sob a direção lúcida de pessoal aberto para a educação integral dos adolescentes; e assim por diante.



De que adiantaria utilizarmo-nos das facilidades expressivas dos jovens, se não temos os recursos inerentes à linguagem oral: a entonação, os sinônimos e torneios correlatos, a repetição esclarecedora, os gestos, a mímica, o olhar significativo, a postura corporal designativa dos pensamentos etc.? Que fiquem impressos os textos conforme foram passados ao médium, o qual se portou condizentemente com as expectativas e aspirações do grupo. Aliás, dentre as bibliotecas a que fiz menção, uma das mais carregadas é a mente desse elemento, subserviente mas sempre pronto para o emprego mais eficaz dos vocábulos, segundo o contexto. E baste essa referência para que não se pense que foi ele quem conduziu o momento mediúnico.



Por outro lado, caso o opúsculo venha a cair em mãos de peritos em Espiritismo (agora com inicial maiúscula, porque falamos da doutrina resultante dos contatos humanos com a espiritualidade), façamos votos para que enxerguem com olhos bastante meticulosos, para serem capazes de observar os pruridos de afirmação de novos pontos de vista, segundo perspectiva mais moderna, uma vez que nos liberaram, nestes últimos tempos, para pequena peregrinação junto aos mortais estudiosos dos problemas místicos, religiosos, científicos e filosóficos, segundo as ondas de conhecimentos transcendentais que se espalham pelo orbe. Mas estas palavras (tememos) perder-se-ão, porque muitos não desejarão gastar seu tempo com leitura que não se louva nas declarações dos espíritos superiores, segundo a necessidade de dedicação integral que se requer de quem moureja noite e dia em funções profissionais absorventes. Perante os livros que se dizem inspirados por espíritos de luz, ditos ascensionados (conforme nos insinua o médium), ou seja, anjos, arcanjos, querubins e serafins, para ficarmos nos limites inferiores da escala dos maiorais, muita gente irá menosprezar os desenvolvimentos temáticos daqueles que se situam numa faixa de penumbra, cuja única qualidade é o esforço consciente de demonstrar que estamos desejosos de cumprir a obrigação cármica de elevar a mente e o coração daqueles que perceberem que podem melhorar o desempenho espiritual, na busca de superação dos graves problemas que vão detectando na personalidade.



Como estamos enfatizando, haverá a compreensão das idéias de passar por sobre a dificuldade de comunicação do grupo; idéias que se fundamentam em poucos princípios espíritas (kardecistas), obrigando a algumas reflexões mais elementares, como a reencarnação, a lei de causa e efeito, a obrigação do amor e da instrução, a aplicação do princípio da caridade para a salvação, o respeito à natureza corpórea, a espiritualidade como morada dos que se despojam dos liames carnais, a escala dos espíritos conforme seu grau de adiantamento moral e intelectual, o carma como princípio da divina justiça (lei de ação e reação), a mediunidade como fonte de revelações compreensíveis para os humanos, as diferentes dimensões existenciais onde se agrupam os seres segundo o padrão vibratório, a aspiração permanente de superação das deficiências através do entendimento do eu profundo (lei da evolução) e outras tantas que ficam no campo aberto das sugestões (inclusive para o despertar do interesse de imersão mais efetiva nos textos da codificação espírita realizada por Allan Kardec, ou nas obras mais modernas da extensa literatura produzida no etéreo e transmitida através da psicografia e, no âmbito terreno, por autores sérios de nível superior).



Sabemos que se corre o risco de freqüentes saltos de leitura quando o incentivo não se coaduna com as necessidades do leitor. Fique o alerta para quantos, abrindo o livro ao acaso, se depararem com este tópico em primeiro lugar. Sendo assim, se não quiserem queimar as pestanas (esta é do arco-das-velhas - escrituras -), leiam primeiro os capítulos relativos às peregrinações assistidas, voltados para as descrições psicológicas de maior incidência entre os irmãos sob a pressão das drogas. Se houver identificação com os colegas analisados, quem sabe se desperte o interesse pelas noções supra-referidas.



Para os que tinham na cabeça a idéia de que iríamos trazer lições de profunda conturbação emocional, pelo despertar dos sentimentos de culpa, devemos solicitar que não se frustrem, porque não foi esse o caminho redentor que os amigos da espiritualidade utilizaram para a nossa orientação, no sentido de nos fazermos donos de alguns conceitos superiores, em harmonia com tudo o que recebemos de bom, na atenção que nos deram para o conforto moral, tantos são os sofrimentos que se guardaram em nossa memória.



Valemo-nos de nossa triste experiência para o alerta aos que têm tempo ainda de safar-se do domínio das drogas (e dos traficantes). Valha-nos a esperança que pretendemos acender nos corações, à vista do que narramos e do que executamos em termos de trabalho psicográfico (mediúnico). Fica de pé a promessa do auxílio oportuno, para o momento em que, com sinceridade, os amigos pretenderem enfronhar-se nos temas por nós agitados, não na simples condição de leitores ou de curiosos da doutrina dos espíritos (esses seres misteriosos cuja existência se coloca apenas como uma possibilidade entre milhões), mas na de pertinazes colaboradores da obra de redenção própria e dos infelizes conhecidos, que se desesperam nas mãos sádicas dos alucinógenos, os quais principiam como estimulantes, esfuziando-nos de alegria e de felicidade, e terminam por nos jogar na mais profunda depressão, como se não passássemos de simples fantoche esfarrapado, comido, arrebentado, desfeito e abandonado no fundo dos baús da miséria humana, com a única perspectiva dos monturos, onde o lixo fermenta e corrói.



Ainda que nos sintamos os últimos na escala humana, próximos da prática de todos os crimes, alucinados pelo consumo ou desesperados pela falta, lembremo-nos de que Deus é pai e levantemos um olhar confiante para o céu, rogando a Jesus que nos envie um anjo para dar-nos alívio e conforto. Ainda que o nosso pessimismo materialista nos indique o nada como solução para todos os males, criemos coragem para simples prece de agradecimento pelos raros momentos de alegria que tivemos na vida.



Agradecer a quem? Cada qual se estimule para o que valorizar como essencial. Nós sabemos que Deus ouvirá a todos e isto nos basta. Será a natureza o fator primordial da existência? Serão os familiares, que nos colocaram na corrente da vida que se mantém desde épocas imemoráveis? Será a nossa fantasia extasiada com o poder de criação dos universos em que flutuamos ou nos firmamos, segundo as visões que nos deram os eflúvios hauridos e catalisados pelos sistemas nervoso e endocrínico? Cada um se atenha ao seu princípio de realidade. Não precisa crer em nada do que expusemos. Mas não riam destas palavras. Mantenham-se de certa forma prevenidos para a possibilidade de se depararem nas regiões em que nos declaramos existir, facultando algum entendimento do que estiver ocorrendo ao derredor de sua alma, quando do momento do desenlace carnal.



Se estão suspeitando de que esperamos muito pouco dos amigos leitores, enganam-se. Uma sementinha bastará para vingar-se em altaneira árvore, caso, como nos disse Jesus, caia em terreno fértil. Por falar nisso, como andam seus devaneios evangélicos?



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