O Brasil é um país que chora
A morte em constantes ais...
Por isso num grito implora
"Queremos justiça e paz!"
Todo um povo apavorado,
Com a bandeira que traz,
Diz num grito tresloucado
"Queremos justiça e paz!"
Dado à criminalidade,
Com a morte correndo solta,
Vai ser preciso a metade
Do povo pra olhar a outra.
Dizem os governos, em ruína,
Que teremos de prontidão
Um soldado a cada esquina,
Um tanque por quarteirão!
Mas, o povo não acredita
Que isso traga algum revés,
Pois, os bandidos, em vista,
Ousados tomam quartéis!
Enquanto houver desemprego
E criança abandonada,
Há de o crime, em relego,
Engrossar a caminhada.
Só será a marginalidade
Vencida nessa contenda
Com o florescer da igualdade
No nível de emprego e renda.
A miséria, a promiscuidade,
São os instrumentos fatais
Que levam a fertilidade
Aos antros de marginais.
Só distribuindo a renda,
Pondo o rico menos rico,
Ao antro o pobre, sem venda,
Terá sempre menor risco.
Mas, como livrar-se à fera,
Que todos acham por bem
Que é só laçar...mas, na hora
Quem põe o laço?...ninguém!?
Assim, também é o sistema
Ao partilhar a riqueza...
Os ricos, com seu dilema,
Fazem a opção à avareza!
Se nós queremos, portanto,
Sentar, um dia à calçada,
Ver nossos filhos, sem pranto,
Retornando à madrugada.;
Se nós queremos, velhinhos,
Fazer, sempre, a caminhada,
Sentindo a flor dos caminhos,
Sem ter a bolsa assaltada.;
Se pretendemos o novo,
Legando à posteridade
Uma nação onde o povo
Respire a tranqüilidade.;
Se nós queremos viver
Aquilo que nos apraz,
Sem que precise dizer:
"Queremos justiça e paz!..."
Nós temos é que assumir!
Não é tão-só, gritar mais
Esse grito a traduzir
O grande anseio de paz.
Se nós desejamos paz,
Vamos nós mesmos fazer,
Discutindo sempre mais,
Tendo sempre mais saber.
Vamos rever todo abismo,
Fazer uma investigação...
É próprio ao capitalismo
Desemprego e corrução?...
É próprio ao capitalismo
A miséria e a violência?...
Ou isso é apenas um "cismo"
Da prática da mal gerência!?
Algum dia esse sistema
Teve o sublime fervor
De tornar mais leve a algema
Que prende o trabalhador?
Nós compomos a maioria,
Temos males a sentir,
Ao povo, em democracia,
Cabe os rumos decidir!
Esse, sim, na sua essência,
É do povo os seus finais,
Para que, mais consistência
Tenha seus gritos de PAZ!!! |