Há coisas que temos de contar, pela sutileza do fato.
Tenho um amigo, não desses que estão o tempo todo a mandar mensagens. Não. Bem quisera, mas ele parece-me por demais ocupado. Eu até aprendi com ele, algo muito importante. Não que fosse ele a me ensinar, pois é tão natural e despretensioso, que talvez nem se dê conta de que tem um encanto digno de ser comentado aqui.
Não vou citar-lhe o nome, pois não é o que importa. Mas o fato em si.
Esse amigo, sempre que pode, faz comentários sobre o que escrevo, nem que seja uma simples e lacônica frase, dizendo-se emocionado com o que leu, sempre com um sutil elogio.E isso me deixa muito feliz.
Ultimamente, porém, o que mais me encantou, nesse cara legal, foi algo que ele me disse, com a naturalidade de um menino, ante uma “queixa” enviada por mim, sobre um erro de endereço que fez retornar um e-mail que lhe mandei. Esse ser tão gentil disse assim:
“Eu ando de um jeito tal, que sou capaz de tropeçar na minha própria sombra, Milene!”
Indagado por mim, se ele falava isso por causa da idade, respondeu-me “Que nada”! Era por causa do amor, que ele era um eterno apaixonado e que, para isso, a idade não faz a mínima diferença.
Concordei com ele, plenamente.
Sim! O amor é atemporal. Não obedece a regras; pois tem as suas próprias leis, sempre opostas à lógica absurda da razão.
Amar é emocionar-se... É sentir o coração a desfazer-se em cânticos e bater no ritmo acelerado do tambor, ou na cadência leve da doce balada... É sentir um grito preso na garganta.É tentar mudar a posição do sol, para vê-lo, inúmeras vezes, cair no azul do horizonte tornando-o sanguinolento... É TORNAR-SE CRIANÇA EM QUALQUER IDADE...
Obrigada, doce amigo... Você é nota DEZ!
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