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cronicas-->Facas, estiletes e canivetes... -- 18/09/2001 - 23:20 (Mauro de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Facas, estiletes e canivetes...

A maior tragédia presenciada pela humanidade, vista e acompanhada ao vivo por milhões de pessoas através da televisão, cravou um marco divisório do antes e do depois. Nem a imaginação mais fértil dos escritores, conceberia tanta ousadia, com tanta simplicidade e tamanha destruição. Nem a tecnologia da informação capaz de transformar a realidade em virtualidade previu, embora a mesma cena já fizesse parte de diversos jogos computadorizados em máquinas de todo o mundo. De nada adiantaram os recursos de satélites e aparelhos detetores nos aeroportos. Nem as armas nucleares, mísseis e toda tecnologia de defesa do pais mais poderoso do mundo conseguiram evitar a catástrofe.
Após o primeiro impacto da bomba humana repleta de ódio insano, as televisões de todo o mundo começaram a transmitir o mais longo e terrível programa ao vivo que a humanidade já viu. Em poucos minutos centenas de milhões de pessoas deixaram seus afazeres e se concentraram diante dos aparelhos. O modelo virtual acontecia não como um acidente, mas premeditadamente, não como um erro, mas meticulosamente calculado. Enquanto a primeira torre ardia e o mundo se debruçava a frente dos televisores, um segundo ataque, na outra torre, só que desta vez já assistido pela maior platéia da história. Repórteres, jornalistas, comentaristas, com a voz embargada noticiando ou comentando o fato na hora da ocorrência. Seguiram-se o ataque ao Pentágono e a tentativa de um outro avião que seria derrubado antes que acertasse o alvo.
Milhares de pessoas corriam nas ruas de N.York alucinadas com os impactos. O pànico era indescritível, as imagens no entanto, fez crer a muita gente que não eram verdadeiras, mas cinematográficas.
Horas depois, desaba a primeira torre como se tivesse implodido, sem que antes dezenas de pessoas houvessem pulado para fugir da morte pelo fogo, ou simplesmente pelo desespero. Bombeiros que haviam subido ao prédio para salvar vidas, são soterrados. Algum tempo depois cai a Segunda torre ceifando mais vidas.
Além das perdas humanas, milhares de pessoas que moram ou vivem nos Estados Unidos sofrerão por gerações a síndrome do medo. O ódio se espalha como rastilho de pólvora na maioria dos Americanos e levará o pais a praticar retaliações imprevisíveis.
O mundo parou por três dias. Bolsas amargam prejuízos incalculáveis. Países emergentes como o Brasil e a Argentina, perderão milhões de dólares nas exportações. A Comunidade Européia, prepara-se para o pior tempo pós guerra. O preço do petróleo sobe oito p/cento em questão de horas. Os prejuízos económicos no mundo poderão ultrapassar a meio trilhão de dólares. Nunca se perdeu tanto em tão pouco tempo. Os prejuízos juntos no mundo são maiores do que todo gasto na Segunda grande guerra que durou 5 anos.
Para conseguir o total de todas essas desgraças foram necessárias apenas 4 horas de terror. Quatro horas que abalaram o mundo e dividiu a história. Quatro horas que acabaram com os conceitos de segurança até então existentes. Quatro horas que para sempre mudarão a vida de centenas de milhares de pessoas que moravam ou escolhiam Nova York como o ponto turístico, referencia da riqueza e do poder americano.
Sofremos como todo ser humano ao imaginar as vítimas inocentes nos aviões em direção á morte. Doeu na alma o esforço desumano dos voluntários e bombeiros na tentativa de salvar os desesperados que acenavam das janelas em busca de socorro. Ficávamos na esperança de que o fogo fosse contornado e que muitas vítimas conseguissem escapar daquele inferno. Diferente dos filmes vimos os prédios ruíram e com eles a esperança da salvação de muitas vidas. Com os prédios ruíram também o fio tênue de paz que todo o mundo desejava. Ruíram as esperanças de dias melhores para outros países que aguardavam um sinal de melhora na economia americana. Desabaram junto a esperança daqueles que tinham seus parentes presos nas torres. Quarenta e dois países estavam ali representados por seus compatriotas que lá trabalhavam. Pelo menos cinco mil famílias, aguardavam em todo o mundo a lista dos salvos da tragédia.
Ao escrever estas linhas cinco dias após a tragédia, começo a indagar: Como pessoas inteligentes e preparadas, sabendo que seus atos iriam atingir pessoas inocentes durante e depois do atentado, se permitiram a cometer tamanha monstruosidade? Será que nessas mentes insanas, achavam que seus reclamos contra opressão americana seriam resolvidos com atos dessa natureza ? Não conceberam que o produto de seu ódio provocaria uma reação em cadeia com retaliações muito mais violentas e que mais inocentes seriam sacrificados ? Não entendo como terroristas educados nas Universidades (Inglaterra e Estados Unidos), como é o caso de Kadafi, Sadan e Laden, ao voltarem para suas pátrias levam o seu povo a desgraça e a destruição. Essa desculpa de opressão americana é muito pequena para tamanha monstruosidade. Sempre me vem a cabeça que determinadas atitudes insanas de governantes, democratas ou ditadores, são causadas pelo gosto pelo poder e pela inveja. Na verdade os poderosos e os governos poderosos nunca são atingidos diretamente enquanto usufruem do poder total, no entanto seus governados pagam amargamente por seus desatinos . Todos sabem no entanto que um dia tudo terminará em cinzas e geralmente de maneira tão cruel quanto foram as suas crueldades. A história do mundo está repleta de exemplos. Infelizmente esses miseráveis só têm uma vida e é muito pouco perde-las apenas uma vez, já que sacrificaram tantas.
A modernidade no entanto trouxe mais um tipo de poderoso. O oculto. Como um vírus que se apossa do corpo humano, ele está em todos os lugares, sem rostos e com diversas formas de corpos e ações. Para esses não existem barreiras nem fronteiras, leis ou constituições, nações ricas ou nações pobres, tecnologia ou armamentos. Eles transformam seus irmãos em robós e através deles espalham a desgraça em qualquer parte do mundo. O terrorismo e o sequestro estão fixados em uma geração que não tem prazo para acabar. A própria informação e as medidas de segurança contra os atentados e sequestras, geram novos adeptos. Qualquer revoltado ou oprimido se achará no direito de cometer tais desatinos os exemplos estão na telinha da Tv , nos jornais, revistas e livros no mundo inteiro e a disposição de quem desejar e a preços módicos.
Nos primeiros sequestros de aviões, foram usadas pistolas e metralhadoras, sempre com intuito de resgates de dinheiro ou comparsas, ou ainda de presos políticos. Com a adoção de detetores nos aeroportos, passaram a deixar bombas nas malas de bagagem, que logo em seguida aos grandes desastres também passaram a ser monitoradas. Finalmente o homem bomba, e o carro bomba, precursores inevitáveis do avião bomba O obvio no entanto não passou pela cabeça de nenhum gênio de segurança do mundo inteiro. As bombas humanas que cruzam a cada minuto o espaço aéreo de todo o mundo, com alvos exuberantes e indefesos a espera de terroristas do mundo inteiro. A Primeira Guerra teve inicio com um tiro de fuzil em um Príncipe Austríaco causando-lhe a morte. A Segunda Guerra, com metralhadoras disparadas contra 26 soldados Alemães com uniformes Poloneses contra os próprios Alemães. A terceira que peço a Deus que não aconteça, poderá ter sido iniciada, com a mais terrível catástrofe dos novos tempos, onde foram usadas as armas mais primitivas da humanidade. Facas, estiletes e canivetes...

Mauro de Oliveira
17/09/2001








Se vivo fosse Camões que sempre louvou a terra Lusitana, abriria uma exceção para essa tragédia:
As torres e o orgulho de um povo destroçado,
Símbolo do poder economico americano,
Em um monte de concreto ferro espalhados,
Nunca chegaram alem dos desenganos.
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