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Artigos-->NUMA MANHÃ DE SOL -- 14/09/2001 - 03:49 (Clenio Cleto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


NUMA MANHÃ DE SOL...





A hegemonia esmagadora e asfixiante dos Estados Unidos em relação ao resto do planeta, tripudiando sobre a autonomia e a liberdade dos povos, arrogantes no que diz respeito à sua emersão econômica após a II Guerra Mundial, envaidecidos pela vitória do ideal capitalista contra o comunismo russo, levaram seus cineastas a abordarem como tema cinematográfico um atentado terrorista contra Nova Iorque e outros grandes centros importantes do país. Agora, não se trata mais de uma cena tipo Independence Day, Armagedon ou Inferno na Torre, é a realidade do maior atentado da história da humanidade confirmando a previsão dos filmes de catástrofes.

O terrorismo foi usado na Revolução Francesa, na Guerra da Independência americana contra a Ingleterra, na independência das colônias portuguesas na África, no Vietnã, na Coréia, é, portanto, a única tática possível de povos pobres contra governos opressores.

Na guerra do Kosovo, os Estados Unidos apoiou um ditador que servia a seus interesses e soldados americanos executaram milhares de inocentes por engano, o presidente Clinton justificou a ação como: dano colateral... Nome insípido, porém, assustador. É ironicamente cruel verificar-se que os mesmos caças que bombardearam aqueles civis inocentes em Kosovo, em 1999, tenham sido obrigados a abater um avião americano, em solo americano, com tripulação e passageiros americanos.

Nem o mais inventivo dos diretores de ficção científica e filmes de ação podiam imaginar roteiro assim.

O fato de o ataque ser contra os Estados Unidos e contra muitos dos símbolos do capitalismo e do establishment de defesa americanos, somado à forma suicida dos atacantes, aponta para um movimento de origem muçulmana e para o Afeganistão, abrigo dos Taleban e de Osama bin Laden, o grande terrorista internacional. Dado que ele esteve por trás de ataques igualmente simultâneos às embaixadas do Quênia e da Tanzânia em 1998 e contra o navio USS Cole no Iêmen, em outubro do ano passado, e sabendo-se de sua milionária estrutura financeira e apoio do Taleban, bin Laden deve ser considerado o suspeito mais provável.

Os americanos não têm a menor idéia de como são percebidos pelo mundo, primeiro porque não se importam muito com o que se passa além de suas fronteiras e segundo porque não estão muito interessados. Se vêem como os vitoriosos, a nação justa e democrática, arauto dos direitos humanos e crentes no que chamam seu "destino manifesto" de liderar o mundo. Acham que as políticas de seus governos são sempre inerentemente benéficas para os recipientes de sua, digamos, atenção. Para o americano médio, é praticamente inconcebível que alguém não goste dos americanos

e absolutamente inimaginável que outros povos tenham razão em seu desprezo e desgosto pela superpotência.

Hoje o americano de New Jersey entende o que sente um pai de Jerusalém que teme pela segurança de sua filha.

O terrorismo, geralmente confinado a países religiosos, pobres, ignorantes e sectários, bateu em cheio na maior potência planetária. E o que é pior: tem muita gente comemorando essa forma bárbara de reagir à dominação única do universo. Uns, explicitamente. Outros, intimamente.

França, Inglaterra e Alemanha, por exemplo, ressentem-se do poderio e da arrogância norte-americana. Temem que os Estados Unidos devorem suas culturas, suas línguas, sua economia, suas finanças, sua hegemonia interna. Sua auto-estima, enfim. . Como está ficando cada vez mais evidente, "globalização" é sinônimo de "americanização". E tem sido poderoso instrumento não apenas para cristalizar mas para potencializar as desigualdades. Os mais ricos se tornam cada vez mais ricos. Os mais fracos, cada vez mais fracos.

Os Estados Unidos são, hoje, o centro do mundo. Todo o resto da humanidade se volta para ele quando pensa em finanças, em comércio, em política, em militarismo. Isso causa uma confusão de sentimentos que raia ao patológico: quanto mais dependência, mais ódio; quanto mais admiração, mais inveja.

O maior inimigo do homem é o próprio homem que não aprendeu a usar sua inteligência e o seu raciocínio, utilizando essas qualidades do ser humano como armas contra sua própria espécie buscando a satisfação doentia do seu ego. Incute princípios religiosos em seus semelhantes levando-os ao fanatismo assassino e suicida, como aconteceu nesse trágico ataque terrorista, injustificável no que diz respeito ao objetivo premeditado e minuciosamente planejado de ceifar milhares de vidas de pessoas inocentes .

As atitudes das grandes potências mundiais, com certeza, serão repensadas. Nenhum país é invulnerável a ataques terroristas de facções descontentes (e sempre existirão homens descontentes), e, talvez, essa tragédia possa alertar e despertar o bom senso da humanidade.





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