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Artigos-->O tema do NEGRO tomou-me de Assalto... -- 08/06/2004 - 18:59 (•¸.♥♥ Céu Arder .•`♥♥¸.•¸.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos





            Ao ler certos argumentos, que mais parecem rascunhos pueris, num ensaio, talvez, de uma rebeldia inglória, não sei se acho graça ou me sinto penalizada...



Mas, de uma forma ou de outra, a brisa da inspiração toca-me os dedos e começo a digitar...



            Veio-me à mente o Poeta dos Escravos, no seu engajamento com o grito social da época, que era a vergonha, a mancha de escravidão no Brasil. Este país tão criança onde convivem pessoas de todas as etnias, em luta por um viver que lhes dê alguma felicidade, na consecução de um objetivo único que une toda a gente: a (re) construção de um mundo mais habitável, para que nossa descendência usufrua as benesses de uma herança de PAZ...  Nosso melhor legado.



            A verdadeira servidão não vem dos negros, nem dos pobres, nem dos oprimidos... Vem, sim, de mentes incapazes de atinar com o verdadeiro sentido da vida: o amor, em todas as nuances do coração humano.



            O amor... Que funde raças diversas e ressurge numa outra, mais airosa, mais rica, mais bela.



            Lembro-me da “negrura” dos poemas de Castro Alves, a cantar em versos os escravos, com toda a expressão legítima que as palavras de nosso idioma puderam alcançar...



 



“Fazia da poesia uma forma de combate social adequando-a à transmissão de idéias humanitárias. Foi o mais talentoso praticante da poesia condoreira* no Romantismo brasileiro. Produziu muitos poemas, ricos em comparações grandiosas a altissonantes, dedicados a temas como a abolição da escravidão negra, a crença no futuro progressista da América, a luta pela implantação da República. Além disso, poetizou a vida sentimental do negro escravo, apresentando-o como ser humano digno a uma sociedade que o mercantilizava.”                 (Ulisses Infante)



 



* Condoreirismo -  tratamento verbal exaltado, faz parte de uma tendência típica da poesia da terceira geração romântica: a chamada poesia condoreira.  O nome provém do uso repetido da imagem do condor para representar normalmente os altos vôos do gênio e da liberdade. A poesia condoreira, portanto, apropria-se  de técnicas e procedimentos típicos da oratória para divulgar e discutir problemas sociais. (Idem)



 



 



..............................................



 



“São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão...



...................................................................



Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co"a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...



................................................................



Existe um povo que a bandeira empresta
P"ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!



 



Trecho de O Navio Negreiro



(Castro Alves escreveu este poema aos 21 anos; morreu aos 24)



O Navio Negreiro é um poema historicamente atual. Não somos ingênuos a ponto de supor que a escravidão do homem pelo homem esteja extinta. Ela assumiu aspectos novos, não tão ostensivos, naturalmente, como no passado, porém velados, ou semivelados.   (Hélio Pólvora)








Dentre muitas, indico a página abaixo,



para apreciação de uma síntese sobre Castro Alves.
































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