Usina de Letras
Usina de Letras
244 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50480)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->O IRAQUE ESTÁ FERIDO? -- 06/06/2004 - 15:56 (adelay bonolo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CARTA A NINGUÉM



Moro em Brasília e acabo de ler no jornal daqui uma reportagem sobre o Iraque. A manchete dizia: IRAQUE FERIDO. E reportava-se ao pensamento de algum psicanalista famoso, de quem não me lembro o nome.



Mas não é o Iraque que está ferido. É a HUMANIDADE inteira que se encontra sob tortura já faz algum tempo.



Quem conhece um pouco da história do mundo e de seus habitantes vai me dar razão. Excluídas a Pré-História e a História Antiga — em que a humanidade apenas aprendeu a existir neste planeta — o resto não passa de uma demonstração cabal da prepotência do mais forte sobre o cidadão comum.



A partir da noção cristã da razão da existência do ser humano, ou melhor, um pouco antes com as concepções socráticas e platônicas, o “ser humano” - como cidadão - ganhou importância, mas não muito. A vontade dos reis, dos poderosos, dos chefes, dos generais, dos patrões, de quem possui alguma espécie de poder (policial, fiscal, síndico, pardal de trânsito, guarda-noturno, olheiro de mictório, lanterninha de cinema etc e tal), tem prevalecido sobre tudo e todos. Recordo-me da cena em que um “um qualquer” deu um pé-na-bunda em Mozart. Para não perder o pensamento, dizem que a mulher de Haydn embrulhava coisa em suas partituras originais...

Se existe Deus, esse “um qualquer” deve estar passando um aperto danado... fosse eu, fa-lo-ia lamber o traseiro do mestre indefinidamente, para sempre! E o que se daria àquela esposa como pena?



Mas isto não é nada diante da truculência não autorizada dos déspotas modernos. Não me refiro à matança ordenada por Stálin, nem aos fuzilamentos de Fidel. Não me reporto às mães desesperadas da Plaza de Mayo, ou aos estudantes esmagados por tanques na Praça da Paz Celestial. Não aludo aos desesperados da Chechênia, nem aos massacrados em qualquer lugar da ex-Iugoslávia. Não falo dos ex-povos felizes do Tibete, nem dos ex-infelizes da Lituânia, Letônia, Estônia etc etc. Também não quero me lembrar dos palestinos, dos pacíficos cidadãos judeus nos seus Kibutz, dos etíopes, dos negros sul-africanos, dos zimbabuenses, dos povos esquecidos e martirizados da África, da Oceania, da Austrália, da Ásia oriental e ocidental, dos bolivianos, dos colombianos, dos nordestinos brasileiros, dos negros conscientes dos Estados Unidos, dos camponeses da Europa, dos albaneses pobres, dos homens, mulheres e crianças que vivem (vivem?) nas periferias das grandes cidades brasileiras...



A história da humanidade é um perpassar sem fim de tristezas, guerras, sofrimentos, pestes, pragas, fome e miséria. Basta olhar para o mundo de hoje. O mundo está à mercê de um Bush, um Berlusconi, um Tony Blair, um Sharon, um... (ou seria mais de um?).



As vozes dissonantes são ridicularizadas (o Papa repreendeu Bush e está sendo zombado por isso. O Dalai Lama prega a paz, enquanto seu país é aniquilado). Até nosso Lula andou acertadamente puxando a orelha desses grandes!



Não sou mais jovem, aliás, sou bastante antigo... mas guardo ainda, com muito vigor, minhas convicções da juventude, juventude que um dia foi aniquilada e amordaçada por uma certa revolução... eu vi!



Dia desses, escrevi um texto quase profético sobre a invasão do Iraque (mas quem não seria profeta numa situação dessas?). Está publicado na seção Crônicas da Usina de Letras. Mas pouca gente leu. Não sei se o nome esquisito “OS MORITUROS DO EUFRATES” ou a aridez do assunto não tivesse despertado o interesse dos leitores.



Mas, como dizia, não é o Iraque que está ferido, somos todos nós. E quem seria por nós? CHAPOLIM COLORADO...!?!?!?



adelay bonolo

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui