O ALUNO LIXEIRO
Estamos em uma tremenda crise social, tão grande que o horizonte das pessoas se reduziu a utopias de pelo menos se alimentar três vezes ao dia.
A refeição diária virou luxo, os seus pais atolados de problemas, sem estrutura nenhuma de poder apoiar o seus filhos nas vicissitudes comuns de crianças e adolescentes, sendo deixados ao “Deus dará”, jogados pelos cantos, ou melhor, pelas favelas da vida.
Assim, maldizendo todos, de estômago roncando, são forçados a ir para uma sala de aula, onde são apresentados a um outro mundo, muito longe dele poder alcançar, num estigma da rede pública, em que alunos desse tipo são desencorajados a conseguir alguma coisa.
Numa auto-estima abaixo do comum, são confrontadas as realidades de professor e aluno, em que o professor não se sente preparado para assumir o lugar de pai, conselheiro, educador, e tudo o mais que vier. Onde se encontra realmente com uma “batata quente”, um sério problema equacional, em que nem Osvaldo de Souza, com suas fórmulas matemáticas irá resolver, em que a direção se esconde, colocando o problema para baixo do tapete, onde se chegar o final do ano, dá-se um jeito de aprova-lo no conselho de classe, empurrando-os paulatinamente até o produto sair pela porta, formando mais um analfabeto funcional.
Essa semana deparei-me com um aluno em meio ao lixo e puz-me a refletir sobre este sistema que teima em cair cada vez mais, em que anos atrás já tinha alunos que não se sentiam nem capaz de galgar a uma vaga de lixeiro e outros que saem da instituição de ensino e querem voltar ao cair em si, onde saiu da redoma escolar, indo colidir-se com a realidade.
O governo tem que acordar e perceber que estamos produzindo lixo, e um dia, como já está acontecendo, esse lixo irá virar uma montanha e cair bem na frente das suas ricas casas e carros de última linha, pois a educação é o ínicio de tudo, não uma forma de enganar a população numa formatura de sonhadores, doentes e funcionais.
Marcelo de Oliveira Souza
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