De todos os grandes e memoráveis feitos pela sua vida afora, escondida, de tramas obscuras e escuras, nunca antes digitadas pelos escribas de seu tempo, deixou-se acontecer por medo da calamidade pública de Jerusalém e também da pequeníssima região de Belém e de toda a Judéia, o fato que se sucedeu no ano trinta e três depois de Cristo, que foi o glorioso e majestoso casamento de Jesus.
Era um judeu simples, humilde, de corpo, alma e coração, mas que quando no dia do ato consumado, quando dizia na última hora da vida, que era assim a sua primeira hora de morte, "Pai, está consumado", anojentou-se o seu corpo, todo, dos pés à cabeça, do sangue sujo e impuro dos pecados do mortais e impurificou-se, lavado pela sujeira e pelos pecados de todas as épocas, passadas, presente e futuras, o corpo antes de cordeiro levado ao matadouro, e crucificado, morto e matado, mas que ao terceiro dia ressuscitou e subiu aos céus em quarenta dias.
Casou-se este homem no mesmo instante que se separava. separava o pecado do mundo e o homem do pecado, contudo o homem do mundo por seu sangue. Como noivo esperado uma vez foi e como noivo amado habita ao coração das noivas enciumadas, as que amam, na sua igreja, no seu templo, seu próprio corpo. Lição difícil de entender aos ignorantes, não aos iletrados, pois muitos analfabetos conhecem as escrituras melhor que muitos doutores. Jesus casou-se naquele dia com seu povo que o aceitou. Antes fez de tudo, foi carpinteiro, pescador e pastor de ovelhas. Mas nunca viu uma ovelha acasalar-se tão bem com um carneiro como fez com cada noiva que lembra de sua cruz. Foi num dia triste e tumultuoso, de vendval e tempestade e temor e tremor e coisa feia e inacreditável na época de seu tempo e no tempo de todas as épocas. De contraste devia ser o casamento mais lindo e maravilhoso do mundo porque era o elo de ligação de maior amor nunca existente no mundo. Era uma aliança de amor para sempre. Amor verdadeiro. Amor que não retrocede. Amor selado com sangue. Sangue puro e imaculado. Sangue verdadeiro. Amor de sacrifício. Amor que entrega se entrega à morte para a vida do outro. Jesus, enquanto morria, selava a aliança de amor eterno e enquanto morria, na hora da sua morte, casava. Deixava uma aliança de compromisso com quem aceitasse o amor de sua morte num elo de cor vermelha. Assim se torna o maior e mais benquisto casamento de todos os séculos, pois a porta está abera para que entre a sua noiva enquanto espera ansioso e em esperança o noivo para o casamento de Jesus. |
