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Infanto_Juvenil-->Tonhola e a primeira vez no cinema -- 17/05/2009 - 15:13 (José Januzzi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
6 – Tonhola e a primeira vez no cinema


Certo dia, uma moça, vizinha de Dona Rica disse-lhe que levaria ao cinema sua priminha e que se ela deixasse, levaria também o Tonhola. Ao ouvir aquela conversa deliciosa, nosso amigo, que já via com certa simpatia aquela vizinha, não coube em si de contentamento. Começou a rir e a pular na cama numa reação eufórica plenamente natural para a sua idade. Era sábado e combinaram de ir à tarde, na sessão das quatro horas. Até então, a ansiedade tomou conta de nosso amigo, pois ele também nunca havia ido ao cinema. Ficou pronto, com o sapato limpo e bem amarrado, com o cabelo todo engomado de creme, logo após o almoço, bem antes da hora marcada para elas passarem. Lá se foram. Chegaram quase uma hora adiantados, por isso não enfrentaram fila para a compra dos ingressos, apesar de o movimento na entrada do cinema já ser grande com muitos meninos e meninas com a mesma faixa etária. Tudo era novidade para o nosso amigo. Ficou impressionado com a fachada do prédio. Muitas cores, muitos cartazes de filmes. Ao entrarem, a moça comprou-lhes balas, doces, pipocas e refrigerantes. Tonhola não se aquietava, com permissão da acompanhante, percorreu todos os corredores entre as poltronas de madeira e também os que davam acesso aos sanitários, na direita, o corredor masculino e na esquerda o feminino; a iluminação não era muita, mas dava para reconhecer o moleque à distância, para tranqüilidade da moça. A menina não quis sair da poltrona, preferindo os prazeres das balas, dos doces, pipocas e refrigerantes. Faltando alguns minutos para o início do filme, foi dado o primeiro sinal, um toque quase que mágico parecendo um sino bem distante, avisando que a projeção estava para se iniciar: “din...don”. Era hora de tomar seus lugares e esperar o deslumbramento se realizar. As luzes foram parcialmente apagadas e uma ligeira correria se formou nos corredores em busca dos assentos, as luzes se apagaram totalmente e o sinal mágico foi acionado novamente, uma música maravilhosa e inesquecível lhe encheu os ouvidos, as cortinas se abriram no paredão branco lá no fundo do palco e teve início aquele mundo estupendo que pela primeira vez aparecia em sua vida. Primeiro veio o futebol com detalhes bem específicos das jogadas, da bola, da torcida, com uma música de fundo em ritmo de um samba bem animado, bem brasileiro e o menino era um riso só; depois, foi exibido um filme de curta metragem de um desenho animado muito diferente dos que ele via na televisão, era um desenho numa grande cidade em que os prédios, as casas, as pontes, as igrejas, tudo se movia junto com as pessoas e os animais de uma forma muito engraçada. Terminado o desenho animado a moça avisou aos dois pupilos que o filme ia começar. Tonhola não piscava o olho. Uma música forte entrou aceleradamente e lá bem no fundo da tela surgiu um ponto escuro que veio crescendo, voando na direção da platéia e transformou-se num enorme pássaro preto, foi quando a platéia se manifestou fazendo “chit... chit...chit” e batendo o pé no chão para espantar o pássaro gigante que atendendo aos pedidos, espantou-se e foi-se embora levando também a gargalhada da platéia que aos poucos foi sumindo e transformou-se silenciosamente numa só concentração. Começou o filme. Era um bang-bang italiano daqueles muito mentirosos em que havia cavalos demais, índios demais e mais ainda soldados da cavalaria, e olha que naquela época ainda nem havia o recurso da computação gráfica para se multiplicar as imagens, mas tudo bem, para quem nunca tinha ido ao cinema, era tudo novidade e diversão. Até que... depois de milhares de tiros disparados por todos os lados, e, sem saber quem era o mocinho ou o bandido, uma cena das mais estapafúrdias muito lhe chamou a atenção. Era um duelo: de um lado, um magricela com o chapéu atolado, lenço no pescoço e um revólver de cabo branco de cada lado da cintura; do outro lado, um grandalhão barbudo e mal encarado com um enorme chapéu colorido, que ele imaginou ser o bandido; caia uma chuva fina e todos em cena se afastaram deixando somente os dois inimigos no meio da rua enlameada; iniciado o duelo, o nosso amiguinho ficou muito impressionado porque os dois inimigos seguiam atirando um no outro, de baixo daquela chuva fina, e, a cada tiro dado, davam também um passo para frente em direção ao outro numa tremenda demonstração de coragem, mas, nenhum deles sentia as balas penetrando em seus corpos e também as balas não acabavam em suas armas. Foi danado o primeiro filme do nosso amigo!

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