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Infanto_Juvenil-->Tonhola entrando pelo cano -- 17/05/2009 - 14:48 (José Januzzi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
4 – Tonhola entrando pelo cano


A rua de Dona Rica, naquele tempo, já era asfaltada, mas, duas quadras abaixo o asfalto terminava e ainda faltavam mais duas até se chegar ao córrego. A prefeitura estava iniciando naqueles dias as obras de infraestrutura para o escoamento das águas servidas e das chuvas nas ruas a serem pavimentadas. Toda obra de construção civil é uma curiosidade para a criançada, ainda mais quando se trata de escavações no meio das ruas. Tonhola, junto com a molecada da vizinhança acompanhava as obras todos os dias importunando a vida dos operários. Entravam nas valetas, atiravam torrões de terra uns nos outros, gritavam assustando os trabalhadores, o que era um perigo, pois poderiam se machucar caindo, ou mesmo num acidente mais grave com as máquinas pesadas trabalhando muito próximo. Quando iniciaram a colocação dos tubos de concreto para a condução das águas das chuvas, aumentou a fascinação e a curiosidade da molecada. Aquele túnel artificial que se formava ali embaixo da terra, enchia de planos aquelas cabecinhas mais afoitas.
Para surpresa nossa a idéia mais maluca, não partiu do nosso Tonhola. Dois irmãos negrinhos chamaram-no para juntos entrarem nos tubos adentro para verem onde ia dar. É claro, a resposta mais do que depressa foi afirmativa. Marcaram a aventura para o final de semana, pois era quando os operários paravam mais cedo. O serviço andava a todo vapor e àquela altura, várias quadras já estariam interligadas pelos túneis subterrâneos. Os tubos tinham uma altura tal que dava para os nossos pequenos aventureiros quase de pé, com apenas uma envergadura na espinha. Chegado o dia e hora marcados, entraram tubulação adentro. Alguns poucos metros caminhando à frente, começaram a perceber o aumento na escuridão, o que só fez aumentar o medo nos moleques, principalmente nos dois negrinhos que não demoraram muito e chamaram Tonhola para regressarem. Discutiram, Tonhola os chamou de frouxas e seguiu sozinho naquele breu. Sem enxergar nada, seguiu tateando pelas paredes dos tubos. Os negrinhos saíram dos tubos quase brancos de medo e ficaram ali na entrada esperando pela volta do amigo. Em vão. O tempo passava e nada de Tonhola aparecer. Eles foram ficando cada vez mais apavorados. Pouco tempo depois foram correndo avisar a pobre da Dona Rica. Muito assustada, ela foi chamando os vizinhos por onde passava e foram todos apressados esperar na extremidade da tubulação nas proximidades do córrego. E nisso, no tumulto, foi aglomerando gente. Nada do menino voltar. Apareceu gente com lanternas, mas sem coragem de ir atrás; outros gritavam da boca dos tubos; alguém comentou que ainda bem não havia previsão de chuva, “já pensou!”; outros tentavam acalmar a pobre da avó e nada, nenhum sinal. Quase no final do dia, um dos curiosos disse que os tubos já estavam praticamente todos interligados e que algumas quadras à frente no sentido do córrego, a tubulação já estava concluída para aquelas ruas. Todos para lá seguiram esperançosos. Já era quase noite, quando, para surpresa de todos, finalmente apareceu o nosso herói com somente alguns arranhões pelos braços, todo tranqüilo, vendo a avó apavorada daquele jeito ele lhe perguntou: — aconteceu alguma coisa?

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