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Artigos-->FELICIDADE, UM INSTANTE -- 08/05/2004 - 22:15 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FELICIDADE, UM INSTANTE



Francisco Miguel de Moura*





“Parabéns minha filha! Que felicidade você estar completando dez anos.”

“Obrigado, mamãe! É uma conquista..”

Diálogo saudável entre mãe e filha, coincidentemente minha mulher e nossa filha. Conquista e vitória contra a vida e a saúde, mas individual, familiar. Seria de perguntar-se o que é uma conquista. Felicidade? Quando esta é muito grande nos assusta, nos perturba, talvez porque vivemos num mundo conturbado em que é comum não ter meses, anos felizes, mas apenas momentos. Não se pode sair fora de portas, tranqüilo como antigamente. Sentar-se na calçada, nem pensar. Na entrada nos trancamos: portas, portões, chaves, cadeados, cercas elétricas, vigias e cães. Só a televisão é aberta e nos mostra a rua com assaltos a bancos e lojas, seqüestros e assassinatos, roubos e furtos, além dos pavorosos desastres do trânsito. Quando o assunto é saúde vemos que as doenças avançam sobre a humanidade por mais vacinas, antibióticos e demais drogas que se criem. O progresso da medicina não acompanha a evolução das doenças. Que progresso! Quantos se salvariam se tivessem acesso ao médico, ao dentista, à farmácia. O avanço social não se dá, a forma de criação e distribuição de renda e emprego é cada vez mais caótica. Política, grau zero. Economia, idem. Quantos não experimentariam mais momentos de felicidade, se participassem do que o mundo apresenta, do que têm direito como seres humanos! Nosso mundo está cheio de infelizes, de pobres, de doentes de corpo, alma e espírito. Que fazemos neste mundo pela legião que cresce a cada dia? Onde a nossa solidariedade, o nosso amor?

É comum dizer-se que o amor é lindo, mas por onde ele anda? Me parece que está sozinho, no encarceramento de cada vivente que se atomiza neste mundo mercadológico em que nada vale nada, exceto o dinheiro e o poder. Conquistas trazem ora felicidade, ora tristeza. Por exemplo, a menininha de dez anos que relutar em deixas os brinquedos. Por isto muitas vezes temos remorso se alcançamos aquilo que se chama felicidade, momentos de euforia, de quebra do encilhamento. Confortar-se com a própria felicidade é uma forma de egoísmo, senão de covardia.

Visão realista dos fatos. Não somos criancinhas, mas também não adquirimos maturidade suficiente para enxergar certas nuances da vida. Daí a condenação de quem procura uma religião ou a leitura de livros de auto-ajuda. Compensação por nossas fraquezas. Não tomamos para nós o sentimento dos que têm necessidade, sobretudo dos que perderam a vez, a voz e a palavra.

Amanhecer com saúde é uma vitória para a liberdade e a confiança próprias. Assim, o dia de hoje deve ser para a felicidade passageira com são os sonhos e as fantasias da criança.



_____________________________

*Francisco Miguel de Moura, escritor, da Academia Piauiense de Letras, do Conselho Estadual de Cultura e da UBE.





FELICIDADE, UM INSTANTE



Francisco Miguel de Moura*





“Parabéns minha filha! Que felicidade você estar completando dez anos.”

“Obrigado, mamãe! É uma conquista..”

Diálogo saudável entre mãe e filha, coincidentemente minha mulher e nossa filha. Conquista e vitória contra a vida e a saúde, mas individual, familiar. Seria de perguntar-se o que é uma conquista. Felicidade? Quando esta é muito grande nos assusta, nos perturba, talvez porque vivemos num mundo conturbado em que é comum não ter meses, anos felizes, mas apenas momentos. Não se pode sair fora de portas, tranqüilo como antigamente. Sentar-se na calçada, nem pensar. Na entrada nos trancamos: portas, portões, chaves, cadeados, cercas elétricas, vigias e cães. Só a televisão é aberta e nos mostra a rua com assaltos a bancos e lojas, seqüestros e assassinatos, roubos e furtos, além dos pavorosos desastres do trânsito. Quando o assunto é saúde vemos que as doenças avançam sobre a humanidade por mais vacinas, antibióticos e demais drogas que se criem. O progresso da medicina não acompanha a evolução das doenças. Que progresso! Quantos se salvariam se tivessem acesso ao médico, ao dentista, à farmácia. O avanço social não se dá, a forma de criação e distribuição de renda e emprego é cada vez mais caótica. Política, grau zero. Economia, idem. Quantos não experimentariam mais momentos de felicidade, se participassem do que o mundo apresenta, do que têm direito como seres humanos! Nosso mundo está cheio de infelizes, de pobres, de doentes de corpo, alma e espírito. Que fazemos neste mundo pela legião que cresce a cada dia? Onde a nossa solidariedade, o nosso amor?

É comum dizer-se que o amor é lindo, mas por onde ele anda? Me parece que está sozinho, no encarceramento de cada vivente que se atomiza neste mundo mercadológico em que nada vale nada, exceto o dinheiro e o poder. Conquistas trazem ora felicidade, ora tristeza. Por exemplo, a menininha de dez anos que relutar em deixas os brinquedos. Por isto muitas vezes temos remorso se alcançamos aquilo que se chama felicidade, momentos de euforia, de quebra do encilhamento. Confortar-se com a própria felicidade é uma forma de egoísmo, senão de covardia.

Visão realista dos fatos. Não somos criancinhas, mas também não adquirimos maturidade suficiente para enxergar certas nuances da vida. Daí a condenação de quem procura uma religião ou a leitura de livros de auto-ajuda. Compensação por nossas fraquezas. Não tomamos para nós o sentimento dos que têm necessidade, sobretudo dos que perderam a vez, a voz e a palavra.

Amanhecer com saúde é uma vitória para a liberdade e a confiança próprias. Assim, o dia de hoje deve ser para a felicidade passageira com são os sonhos e as fantasias da criança.



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*Francisco Miguel de Moura, escritor, da Academia Piauiense de Letras, do Conselho Estadual de Cultura e da UBE.





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