Senhor presidente, a bem da verdade. Antes que seja tarde. Escute a voz do Deus. A voz que repete a do povo. A voz da sabedoria popular. Não nos faça de bobo, de novo. Como temos sido feitos até agora. A todo tempo e a toda hora. Sempre que chega um presidente. E até quando ele vai embora. A esperança se renova. A espera sentada na cadeira, perdeu a paciência e chora. Agora vem outra história.
Querem desvincular o salário mínimo. Afastá-lo da Previdência. Sem dó em sem clemência. Mais uma vez, o mesmo acusado. O mesmo bode expiatório. O mesmo acusado notório. O culpado de sempre: o coitado do aposentado. Carregando no bojo o pensionista. Um palhaço e outro artista. Ambos precisando de mais dinheiro. Justo no final da vida. Mais idoso e adoentado. Justo quem precisa de mais um trocado. Para curar as rugas do seu rosto. E os males de seu coração ensangüentado. Pelo descaso e pela maldade. A bem da verdade.
A desvinculação, por si só, não é a solução. Pois não é esta a questão. Desvincular caminha em outra direção. Deixar o aposentado na mão. Dar-lhe aumentos diferenciados do trabalhador que estiver na ativa. Diferenciados, vale dizer, para menos. Até que a distância os separe. E seu poder de compra se torne nulo. E o benefício se tornará chulo. Mais uma vez a perseguição. O governo acha que o aposentado é ladrão. Nunca vi tanta falta de humanidade. E de visão. E de administração.
O que a Previdência está precisando é de gerência. De planejamento e de ação. De especialistas em administração. O déficit da Previdência passa, primeiro, por sua ampla reformulação. Estruturas e políticas de gestão. Que, por sua vez, depende de outros fatores. Cobrar a dívida de seus devedores. Implantar melhores controles. Aprimorar a fiscalização. Inibir a corrupção. Cobrar o que foi desviado pela União. Dinheiro que dizem, usado na eleição. E acabar com a mania do assistencialismo barato: pagando aposentadoria e outros benefícios para quem nunca contribuiu de fato.
E, sobretudo, retomar o crescimento econômico. Gerando empregos. Aumentando a arrecadação. Aprimorando a fiscalização. Distribuindo renda e fazendo outra opção. E não ficar parado na estação. Esperando o trem da alegria. O trem da especulação. Atrelado ao capital estrangeiro. Vulnerável às mudanças lá de fora. Ajudando a enriquecer o banqueiro. Pára com isso, companheiro!....Sem a renegociação da imensa dívida, tudo será passageiro. Não chegaremos a lugar nenhum.