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Artigos-->Ela Entrou no Quarto e Ele Disse: Tira o Vestido -- 07/05/2004 - 01:20 (Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Trechos de Lugar Público



1º trecho



Ela entrou no quarto e ele disse: “Tira o vestido”. Ela colocou as mãos para trás e abriu o zip. Ele segurou o vestido pela manga e ela foi saindo do vestido como uma pasta de dente e caiu na cama. Ele tirou a camisa, depois a calça, e depois a cueca. Ela estava deitada de bruços e ele se aproximou desabotoando o soutien. Ela virou o corpo e ele puxou a calcinha enquanto ela elevava um pouco as nádegas para cima. Ele deitou na cama de membro rijo e perguntou: “Você quer vir por cima?”. Ela respondeu: “Não”, e ele subiu em cima do corpo dela. Ele esfregava o seu peito ao seio dela com força. Ela foi abrindo as pernas e beijava-lhe a boca. Ele tentou penetrar o membro na vagina dela, mas ela virou para o lado e continuou beijando a boca dele.

Ele estava molhado de suor e ela estava molhada de suor. “Abre a janela”, disse ela.



Ele levantou-se, foi até a janela, abriu o vidro e empurrou a veneziana. O quarto estava escuro. “Você fechou a porta?”, perguntou ela. Ele voltou a levantar-se, foi até a porta, e trancou a porta. Ele deitou-se sobre ela e ela abriu as pernas. Ele segurou o membro entre os dedos e penetrou na vagina dela. Ela voltou a fechar as pernas e ele sentia o sexo úmido dela prender o dele. Ele movimentava o corpo e ela permanecia de olhos fechados. Ele, depois de permanecer alguns instantes repetindo o movimento, sofreu um espasmo e ejaculou dentro da vagina dela. Ela prendeu-se a ele fortemente e ele abandonou o corpo e escorregou para o lado.



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trecho



Ele está enfermo e tenta curar a si mesmo. Ele conduz uma multidão de loucos; ele é o líder, o curandeiro, a única esperança. Ele volta o rosto para a multidão e prenuncia um discurso. O discurso diz que os loucos devem expor suas feridas ao sol e às moscas. A multidão murmura perplexa, mas ele grita e reafirma a sua doutrina. As suas próprias feridas, ele cobre os fragmentos de animais mortos, e ele usa um capacete dourado.







Prefácio: Carlos Heitor Cony*



A primeira constatação, após a leitura deste romance, é positiva: ganha a literatura brasileira um novo criador. Não se trata de um simples escritor, que escritores há muitos, inclusive alguns que se dedicam ao romance ou ao conto. Mas LUGAR PÚBLICO revela sobretudo um criador, um artista que, através de moderno e bem informado artesanato literário, consegue construir o seu universo peculiar e universal: para ser mais exato, seu universo particularmente universal.



É – ao que me informaram – um estreante. Aqui e ali, neste romance, podemos encontrar alguma indecisão técnica, alguma imprecisão de linguagem. Mas indecisões ou imprecisões desapareceram no alentado texto deste romance de estréia.



<< mais >>





O que fica: o poderoso fabular, o caótico mundo de um mundo caótico, a obstinação do escritor em criar, um criar sempre, a todo custo. Um saldo – como vemos – mais do que positivo.



Seria lícito apreciarmos, como abordagem interpretativa, as influências – evidentes ou suspeitadas – deste novo criador. Desprezando os lugares-comuns da narrativa, abolindo o relato linear, misturando planos objetivos e subjetivos, sente-se, logo às primeiras páginas, a presença de um escritor incomum. Sua frase, monótonamente curta, pode ser argüida de “fácil”. Houve, com efeito, uma época em que escritores comodistas abusavam do ponto-palavra-ponto. Da frase-período. A facilidade do recurso revelava tão somente a pobreza da linguagem. Não é este o caso do autor de LUGAR PÚBLICO.

<< voltar / mais >>

(A Robble-Grillet: POUR UM NOUVEAU ROMAN, Les Editions de Minuit, p.127).**



A exatidão com que o autor levanta a sua própria arquitetura repele a hipótese de um mero acaso: o romancista de LUGAR PÚBLICO deve, realmente, estar a par das modernas teorias da técnica literária.



Desprezando a parte técnica, isolando aquilo que poderíamos chamar de conteúdo, ainda aqui estamos diante do que se poderia suspeitar uma influência do que de mais moderno existe em matéria de ficção. Temos, no Brasil, um grande romancista de que se poderia suspeitar uma influência no autor: Campos de Carvalho.

Mas prefiro ir mais longe, buscando em Henry Miller, no Sartre de SURSIS – principalmente o de SURSIS – os aparentes influenciadores na visão espessa e irritada deste novo romancista.



Como autor de romances, divirto-me, às vezes, em ver esforços de alguns críticos buscando situar minhas origens e influências. É possível que o autor de LUGAR PÚBLICO também se divirta com esta tentativa de minha parte, tentativa que não é crítica, mas simples e ingenuamente aproximativa. Ou informativa.



Pois deixando de lado Robbe-Grillet, Miller ou Sartre, é preciso reconhecer o óbvio – e aqui escrevo o nome do autor: é preciso reconhecer José Agrippino de Paula. Ignoro se trata de um jovem – embora tudo pareça jovem em seu romance, em sua visão de mundo.

<< voltar / mais >>

E acredito que todos os que escrevemos e lemos neste País tenhamos orgulho em poder saudar um criador que vem para a arena tão bem dotado, apresentando não uma hipotética promessa, mas uma realidade cujos contornos, muito em breve, a crítica e o público deverão precisar e consagrar.

Carlos Heitor Cony, 1964



Nota dos Editores



* Texto publicado na orelha da primeira edição de Lugar Público, Editora Civilização Brasileira, 1965.



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LANÇAMENTO!!!

VENDA ESPECIAL PARA O LEITOR DA PAPAGAIO

Lugar Público, de José Agrippino de Paula, lançado em 1965, é sempre citado como um livro inovador e diferente. Um romance que trouxe para o Brasil temas, estética e construções literárias do universo da contracultura. Volta agora, 39 anos depois, pela Editora Papagaio.

De 32 reais por 26 reais.

Importante: o valor do frete está incluído.



Do mesmo autor de PanAmérica, o livro saudado por Caetano Veloso "como se fosse a Ilíada na voz de Max Cavalera". Também lançado pela Editora Papagaio.

Clique aqui para comprar

Para mais informações sobre

o livro, clique aqui.



Editora Papagaio Ltda. fone/fax: (11) 3051-5544

email: livros@editorapapagaio.com.br

site: www.editorapapagaio.com.br





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Trechos de Lugar Público



1º trecho



Ela entrou no quarto e ele disse: “Tira o vestido”. Ela colocou as mãos para trás e abriu o zip. Ele segurou o vestido pela manga e ela foi saindo do vestido como uma pasta de dente e caiu na cama. Ele tirou a camisa, depois a calça, e depois a cueca. Ela estava deitada de bruços e ele se aproximou desabotoando o soutien. Ela virou o corpo e ele puxou a calcinha enquanto ela elevava um pouco as nádegas para cima. Ele deitou na cama de membro rijo e perguntou: “Você quer vir por cima?”. Ela respondeu: “Não”, e ele subiu em cima do corpo dela. Ele esfregava o seu peito ao seio dela com força. Ela foi abrindo as pernas e beijava-lhe a boca. Ele tentou penetrar o membro na vagina dela, mas ela virou para o lado e continuou beijando a boca dele.

Ele estava molhado de suor e ela estava molhada de suor. “Abre a janela”, disse ela.



Ele levantou-se, foi até a janela, abriu o vidro e empurrou a veneziana. O quarto estava escuro. “Você fechou a porta?”, perguntou ela. Ele voltou a levantar-se, foi até a porta, e trancou a porta. Ele deitou-se sobre ela e ela abriu as pernas. Ele segurou o membro entre os dedos e penetrou na vagina dela. Ela voltou a fechar as pernas e ele sentia o sexo úmido dela prender o dele. Ele movimentava o corpo e ela permanecia de olhos fechados. Ele, depois de permanecer alguns instantes repetindo o movimento, sofreu um espasmo e ejaculou dentro da vagina dela. Ela prendeu-se a ele fortemente e ele abandonou o corpo e escorregou para o lado.



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trecho



Ele está enfermo e tenta curar a si mesmo. Ele conduz uma multidão de loucos; ele é o líder, o curandeiro, a única esperança. Ele volta o rosto para a multidão e prenuncia um discurso. O discurso diz que os loucos devem expor suas feridas ao sol e às moscas. A multidão murmura perplexa, mas ele grita e reafirma a sua doutrina. As suas próprias feridas, ele cobre os fragmentos de animais mortos, e ele usa um capacete dourado.







Prefácio: Carlos Heitor Cony*



A primeira constatação, após a leitura deste romance, é positiva: ganha a literatura brasileira um novo criador. Não se trata de um simples escritor, que escritores há muitos, inclusive alguns que se dedicam ao romance ou ao conto. Mas LUGAR PÚBLICO revela sobretudo um criador, um artista que, através de moderno e bem informado artesanato literário, consegue construir o seu universo peculiar e universal: para ser mais exato, seu universo particularmente universal.



É – ao que me informaram – um estreante. Aqui e ali, neste romance, podemos encontrar alguma indecisão técnica, alguma imprecisão de linguagem. Mas indecisões ou imprecisões desapareceram no alentado texto deste romance de estréia.



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O que fica: o poderoso fabular, o caótico mundo de um mundo caótico, a obstinação do escritor em criar, um criar sempre, a todo custo. Um saldo – como vemos – mais do que positivo.



Seria lícito apreciarmos, como abordagem interpretativa, as influências – evidentes ou suspeitadas – deste novo criador. Desprezando os lugares-comuns da narrativa, abolindo o relato linear, misturando planos objetivos e subjetivos, sente-se, logo às primeiras páginas, a presença de um escritor incomum. Sua frase, monótonamente curta, pode ser argüida de “fácil”. Houve, com efeito, uma época em que escritores comodistas abusavam do ponto-palavra-ponto. Da frase-período. A facilidade do recurso revelava tão somente a pobreza da linguagem. Não é este o caso do autor de LUGAR PÚBLICO.

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(A Robble-Grillet: POUR UM NOUVEAU ROMAN, Les Editions de Minuit, p.127).**



A exatidão com que o autor levanta a sua própria arquitetura repele a hipótese de um mero acaso: o romancista de LUGAR PÚBLICO deve, realmente, estar a par das modernas teorias da técnica literária.



Desprezando a parte técnica, isolando aquilo que poderíamos chamar de conteúdo, ainda aqui estamos diante do que se poderia suspeitar uma influência do que de mais moderno existe em matéria de ficção. Temos, no Brasil, um grande romancista de que se poderia suspeitar uma influência no autor: Campos de Carvalho.

Mas prefiro ir mais longe, buscando em Henry Miller, no Sartre de SURSIS – principalmente o de SURSIS – os aparentes influenciadores na visão espessa e irritada deste novo romancista.



Como autor de romances, divirto-me, às vezes, em ver esforços de alguns críticos buscando situar minhas origens e influências. É possível que o autor de LUGAR PÚBLICO também se divirta com esta tentativa de minha parte, tentativa que não é crítica, mas simples e ingenuamente aproximativa. Ou informativa.



Pois deixando de lado Robbe-Grillet, Miller ou Sartre, é preciso reconhecer o óbvio – e aqui escrevo o nome do autor: é preciso reconhecer José Agrippino de Paula. Ignoro se trata de um jovem – embora tudo pareça jovem em seu romance, em sua visão de mundo.

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E acredito que todos os que escrevemos e lemos neste País tenhamos orgulho em poder saudar um criador que vem para a arena tão bem dotado, apresentando não uma hipotética promessa, mas uma realidade cujos contornos, muito em breve, a crítica e o público deverão precisar e consagrar.

Carlos Heitor Cony, 1964



Nota dos Editores



* Texto publicado na orelha da primeira edição de Lugar Público, Editora Civilização Brasileira, 1965.





E acredito que todos os que escrevemos e lemos neste País tenhamos orgulho em poder saudar um criador que vem para a arena tão bem dotado, apresentando não uma hipotética promessa, mas uma realidade cujos contornos, muito em breve, a crítica e o público deverão precisar e consagrar.

Carlos Heitor Cony, 1964



Nota dos Editores



* Texto publicado na orelha da primeira edição de Lugar Público, Editora Civilização Brasileira, 1965.





LANÇAMENTO!!!

VENDA ESPECIAL PARA O LEITOR DA PAPAGAIO

Lugar Público, de José Agrippino de Paula, lançado em 1965, é sempre citado como um livro inovador e diferente. Um romance que trouxe para o Brasil temas, estética e construções literárias do universo da contracultura. Volta agora, 39 anos depois, pela Editora Papagaio.

De 32 reais por 26 reais.

Importante: o valor do frete está incluído.



Do mesmo autor de PanAmérica, o livro saudado por Caetano Veloso "como se fosse a Ilíada na voz de Max Cavalera". Também lançado pela Editora Papagaio.

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Editora Papagaio Ltda. fone/fax: (11) 3051-5544

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Ela entrou no quarto e ele disse: “Tira o vestido”. Ela colocou as mãos para trás e abriu o zip. Ele segurou o vestido pela manga e ela foi saindo do vestido como uma pasta de dente e caiu na cama. Ele tirou a camisa, depois a calça, e depois a cueca. Ela estava deitada de bruços e ele se aproximou desabotoando o soutien. Ela virou o corpo e ele puxou a calcinha enquanto ela elevava um pouco as nádegas para cima. Ele deitou na cama de membro rijo e perguntou: “Você quer vir por cima?”. Ela respondeu: “Não”, e ele subiu em cima do corpo dela. Ele esfregava o seu peito ao seio dela com força. Ela foi abrindo as pernas e beijava-lhe a boca. Ele tentou penetrar o membro na vagina dela, mas ela virou para o lado e continuou beijando a boca dele.

Ele estava molhado de suor e ela estava molhada de suor. “Abre a janela”, disse ela.



Ele levantou-se, foi até a janela, abriu o vidro e empurrou a veneziana. O quarto estava escuro. “Você fechou a porta?”, perguntou ela. Ele voltou a levantar-se, foi até a porta, e trancou a porta. Ele deitou-se sobre ela e ela abriu as pernas. Ele segurou o membro entre os dedos e penetrou na vagina dela. Ela voltou a fechar as pernas e ele sentia o sexo úmido dela prender o dele. Ele movimentava o corpo e ela permanecia de olhos fechados. Ele, depois de permanecer alguns instantes repetindo o movimento, sofreu um espasmo e ejaculou dentro da vagina dela. Ela prendeu-se a ele fortemente e ele abandonou o corpo e escorregou para o lado.



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Ele está enfermo e tenta curar a si mesmo. Ele conduz uma multidão de loucos; ele é o líder, o curandeiro, a única esperança. Ele volta o rosto para a multidão e prenuncia um discurso. O discurso diz que os loucos devem expor suas feridas ao sol e às moscas. A multidão murmura perplexa, mas ele grita e reafirma a sua doutrina. As suas próprias feridas, ele cobre os fragmentos de animais mortos, e ele usa um capacete dourado.







Prefácio: Carlos Heitor Cony*



A primeira constatação, após a leitura deste romance, é positiva: ganha a literatura brasileira um novo criador. Não se trata de um simples escritor, que escritores há muitos, inclusive alguns que se dedicam ao romance ou ao conto. Mas LUGAR PÚBLICO revela sobretudo um criador, um artista que, através de moderno e bem informado artesanato literário, consegue construir o seu universo peculiar e universal: para ser mais exato, seu universo particularmente universal.



É – ao que me informaram – um estreante. Aqui e ali, neste romance, podemos encontrar alguma indecisão técnica, alguma imprecisão de linguagem. Mas indecisões ou imprecisões desapareceram no alentado texto deste romance de estréia.



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O que fica: o poderoso fabular, o caótico mundo de um mundo caótico, a obstinação do escritor em criar, um criar sempre, a todo custo. Um saldo – como vemos – mais do que positivo.



Seria lícito apreciarmos, como abordagem interpretativa, as influências – evidentes ou suspeitadas – deste novo criador. Desprezando os lugares-comuns da narrativa, abolindo o relato linear, misturando planos objetivos e subjetivos, sente-se, logo às primeiras páginas, a presença de um escritor incomum. Sua frase, monótonamente curta, pode ser argüida de “fácil”. Houve, com efeito, uma época em que escritores comodistas abusavam do ponto-palavra-ponto. Da frase-período. A facilidade do recurso revelava tão somente a pobreza da linguagem. Não é este o caso do autor de LUGAR PÚBLICO.

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A exatidão com que o autor levanta a sua própria arquitetura repele a hipótese de um mero acaso: o romancista de LUGAR PÚBLICO deve, realmente, estar a par das modernas teorias da técnica literária.



Desprezando a parte técnica, isolando aquilo que poderíamos chamar de conteúdo, ainda aqui estamos diante do que se poderia suspeitar uma influência do que de mais moderno existe em matéria de ficção. Temos, no Brasil, um grande romancista de que se poderia suspeitar uma influência no autor: Campos de Carvalho.

Mas prefiro ir mais longe, buscando em Henry Miller, no Sartre de SURSIS – principalmente o de SURSIS – os aparentes influenciadores na visão espessa e irritada deste novo romancista.



Como autor de romances, divirto-me, às vezes, em ver esforços de alguns críticos buscando situar minhas origens e influências. É possível que o autor de LUGAR PÚBLICO também se divirta com esta tentativa de minha parte, tentativa que não é crítica, mas simples e ingenuamente aproximativa. Ou informativa.



Pois deixando de lado Robbe-Grillet, Miller ou Sartre, é preciso reconhecer o óbvio – e aqui escrevo o nome do autor: é preciso reconhecer José Agrippino de Paula. Ignoro se trata de um jovem – embora tudo pareça jovem em seu romance, em sua visão de mundo.

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