O grafiteiro vai pela cidade
a sujar as paredes noite e dia,
e crê que o gesto é mesmo de ousadia,
mas, ao fazê-lo incide na maldade.
Numa parede branca a sujidade
do que parece charge, alegoria,
é de revolta um ato ou de anarquia
de quem não tem maior capacidade.
Se algum mostra no traço ter talento,
que procure estudar as belas artes,
não ande, assim, borrando monumento.
Porque o povo é quem paga o prejuízo
de rabiscos banais dos malas-artes
e que demonstram ter pouco juízo.
Recife-PE, 05-02-02 |