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Artigos-->VAMOS LATIR -- 29/04/2004 - 08:47 (José Virgolino de Alencar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O movimento dos ecologistas, dos defensores do meio ambiente, de proteção aos animais, aos pássaros e até répteis, conquanto revestido das melhores intenções, às vezes exagera na sua ação e dispensa mais atenção e mais zelo aos animais e vegetais do que ao próprio homem, mesmo aquele que vive em precaríssimas condições de saúde, com fome e quase nu. O crime de assassinato, quando a vítima é um ser humano, é afiançável. Contudo, matar um animal é crime inafiançável. Se um pitbull estraçalha uma criança, nada acontece à fera e pouco é incomodo o dono do animal. Os patrulheiros e vigilantes da vida não fazem o costumeiro estardalhaço que os leva a esgoelar-se quando a vítima é um coitadinho mico-leão dourado ou uma tartaruga.

Não estou aqui querendo defender a extinção predatória da fauna e da flora, dos seres da natureza, animais, vegetais, minerais, minhocas, jacaré, etc..., mas acho estranha a fidelidade canina dos ecologistas aos entes do meio ambiente, em contraposição à indiferença para com o homem. Na verdade, em relação ao homem, há mesmo é uma distorção de tratamento das entidades de direitos humanos, gêmeas dos ecologistas, quando elas defendem o direito de bandidos, assassinos, estupradores, traficantes, incluindo os “menores” infratores, embora todo mundo saiba que esses “menores” têm ciência e consciência de seus atos criminosos.

Mas vamos deixar pra lá essas discussões ecológicas e filosóficas sobre o direito das pessoas e dos bichos. Minha intenção aqui é outra. Quero, tão somente, extrair da relação homem/animal o lado pitoresco, o clima de bom humor, de non-sense, que permeia a convivência do homem, ser racional, com os bichos, seres irracionais, especialmente o cão, “melhor amigo do homem”, tão amigo que adora guardá-lo dentro de sua barriga. Brincou, ele (o cão), amigável e prazeirosamente, engole a pessoa, degustando como uma iguaria deliciosa. Isso é que é amigo!

São várias as situações da vida em que o homem perde para o cão, situações estas que nos fazem, se não somos a vítima, rir o riso da hiena, debochado e sarcástico.

Recentemente, no Brasil, houve uma exposição de cães, um verdadeiro encontro internacional, não era coisa pra qualquer cão vira-lata de periferia. Descubro, então, que há cão nobre, de sangue azul, com súditos, pompas e circunstâncias. Viajando de primeira classe em jatões de luxo e com um séqüito para cuidar deles, os cães desembarcaram nesse plebeu país, terra de gente que ainda espera as migalhas do Programa Fome Zero. Os cães desfilaram no mega-evento com ares de superioridade e fuça empinada. Um dos donos, milionário, afirmou que seu cãozinho não tinha preço, assim como nenhum dinheiro compraria um filho seu.

Salvo honrosas exceções, os multimilionários costumam formar suas famílias mais unidas em torno das altas somas que possuem do que da relação afetiva que deve selar o vínculo familiar. Tenho pra mim, sem ironia ou infame trocadilho, que eles vendem um filho, mas não vendem um cão de estimação. Quem trata o cão com filho, trata o filho como cão. O certo é que os cães partícipes desse cãogresso foram tratados como superstars.

De minha parte, acho estranha a forma como os cães, pitbuls, dobermans, pastores alemães e outros cachorros grandalhões, são recebidos nos programas de TV, com os “trainers” tentando convencer que os tais bichos são mansos, dóceis, cordatos, amáveis, e haja adjetivos para as feras. Enquanto eles falam, em algum lugar do país tem um fera dessa jantando alguém desprevenido.

Em recente novela, uma personagem, satirizando conhecida socialaite, promoveu o casamento de um cão com um ritual mais chique do que muitos casamentos chiques entre seres humanos. E ai que a gente não se conforma com o aparato canino, com a babada dos ecologistas, com essa exagerada dedicação às baleias, aos micos-leões dourados e a outras bicharadas.

Joelmir Betting, com a verve que lhe é peculiar, ao comentar a carga tributária sobre remédios (29% de imposto para medicamentos humanos e 10% para cães), disparou a seguinte pérola: “se você entra na farmácia tossindo, pagará 29% de impostos; se entra latindo, só pagará 10%”.

Então, para sermos poupados dessa pesada tributação, engenhada pela nova ordem instalada no Palácio do Planalto, só temos uma alternativa.

Vamos Latir! Au, au, au,......

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